Um modelo conceitual para o processo de transferência do conhecimento em cluster
DOI:
https://doi.org/10.22279/navus.2017.v1n1.p111-134.470Palavras-chave:
Conhecimento. Redes. Cluster. Parque Tecnológico.Resumo
Na transferência do conhecimento entre organizações inseridas em clusters, há fatores que podem inibir ou
facilitar esse processo, levando a uma melhor gestão, melhorando e facilitando o fluxo entre os participantes.
O objetivo deste trabalho é apresentar um modelo conceitual para estudo do processo de transferência do
conhecimento em cluster, identificando fatores que influenciam este processo. Este trabalho propõe um
estudo exploratório, conceitual, a partir de um estudo bibliográfico com coleta e análise de dados
secundários, decorrentes de publicações científicas, desenvolvida a partir de artigos de periódicos de 2011 a
2016 sobre transferência do conhecimento, redes e cluster. Verificou-se que a transferência do conhecimento
sofre a influência de diferentes fatores, que podem impactar esse processo, na medida em que organizações
inseridas em cluster têm dimensões distintas, tais como cooperação, relação com instituições de apoio,
mobilidade da força de trabalho e proximidade espacial. Foram delineados quatro pressupostos e fatores
que facilitam ou inibem a transferência do conhecimento entre organizações, que podem orientar os
estudos sobre clusters, tendo assim uma contribuição conceitual e metodológica. Como contribuição prática
gerencial, essa base pode orientar gestores em estratégias que visem explorar o potencial dos clusters.
Downloads
Referências
ABRAMOVSKY, L.; SIMPSON, H. Geographic proximity and firm-university innovation linkages:
evidence from Great Britain. Journal of Economic Geography, v. 11, p. 949–977, 2011.
ALLEN, T.J. Managing the flow of technology: technology transfer and the dissemination of
technological information within the R and D organization. Cambridge: Massachusetts Institute of
Technology, 1977.
AMATO NETO, J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais oportunidades para as
pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas; Fundação Vanzolini, 2000.
ARVANITIS, S.; KUBLI, U.; WOERTER, M. Knowledge and Technology Transfer Activities between
Firms and Universities in Switzerland: An Analysis Based on Firm Data. Industry and innovation, v.
, n. 4, p. 369-392, 2011.
ASHEIM, B.T.; ISAKSEN, A. Regional innovation systems: the integration of local ‘sticky’ and global
‘ubiquitous’ knowledge. The Journal of Technology Transfer, v. 27, n. 1, p. 77-86, 2002.
BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R. Redes de cooperação empresarial: estratégias de gestão na
nova economia. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BALLOU, R. H.; GILBERT, S. M.; MUKHERJEE, A. New managerial challenges from supply chain
opportunities. Industrial Marketing Management, v. 29, n. 1, p. 7-18, 2000.
BASANT, R. Knowledge flows and industrial clusters: An analytical review of literature. East-West
Center Working Paper, v. 40, p. 1-77, 2002.
BENTON, L. La emergencia de los distritos industriales en España: reconversión industrial y
divergencia de respuestas regionales. Los Distritos Industriales y Las Pequeñas Empresas,
Madrid, p. 81–127, 1993.
BERBEGAL-MIRABENT, J.; LAFUENTE, E.; SOLÉ, F. The pursuit of knowledge transfer activities: An
efficiency analysis of Spanish universities. Journal of Business Research, v. 66, n. 10, p. 2051-2059,
BITTI, P. R.; ZANNI, B. A. Comunicação como Processo Social. Lisboa: Editorial Estampa, 1993.
BROOKING, A. Intellectual capital. Reino Unido: Cengage Learning EMEA, 1996.
BROWN, S.L; EISENHARDT, K. M. The art of continuous change: Linking complexity theory and timepaced
evolution in relentlessly shifting organizations. Administration Science Quarterly, v. 42, n.
, p. 1-34, 1997.
BRUSCO, S. The idea of the Industrial District: Its genesis. Industrial districts and inter-firm
cooperation in Italy, Geneva, p. 10-19, 1990.
CASTELLS, M. Materials for an exploratory theory of the network society. British Journal of
Sociology, v. 51, n. 1, p. 5-24, jan./mar., 2000.
CASTELLS, M.; CARDOSO, G. The network society: from knowledge to policy. Washington: John
Hopkins, 2005.
CASTRO, L. Strategizing across boundaries: revisiting knowledge brokering activities in French
innovation clusters. Journal of Knowledge Management, v. 19, n. 5, p. 1048-1068, 2015.
CHENG, H.; NIU, M.; NIU, K. Industrial cluster involvement, organizational learning, and
organizational adaptation: an exploratory study in high technology industrial districts. Journal of
Knowledge Management, v. 18, n. 5, p. 971-990, 2014.
CLARK, K. B.; FUJIMOTO, T. Product development performance: Strategy, organization, and
management in the world auto industry. Harvard: Harvard Business Press, 1991.
CONNELL, J.; VOOLA, R. Knowledge integration and competitiveness: a longitudinal study of an
industry cluster. Journal of Knowledge Management, v. 17, n. 2, p. 208-225, 2013.
CORREIA, I. Spillovers de Conhecimento e Desenvolvimento Regional: Evidência de
Portugal. Revista portuguesa de estudos regionais, n. 13, p. 67-80, 2007.
COOKE, P. The co-operative advantage of regions. In: BARNES, T.; GERTLER, M. (Eds.). The new
industrial geography: Regions, regulation, and institutions. London: Routledge, 1999. p. 54-73.
DARR, E.; ARGOTE, L.; EPPLE, D. The acquisition, transfer and depreciation of knowledge in service
organizations: Productivity in franchises. Management Science, v. 41, p. 1750–1762, 1995.
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
EBERS, M.; JARILLO, J. C. The construction, forms, and consequences of industry
networks. International Studies of Management and Organization, v. 27, n. 4, p. 3, 1998.
ETZKOWITZ, H. Innovation in innovation: the triple helix of university-industry-government
relations, Social Science Information, v. 42, n. 3, p. 293-337, 2003.
FIGUEIREDO, J. C; DI SERIO, L. C. Estratégia em clusters empresariais: conceitos e impacto na
competitividade. In: DI SERIO, L. C. (Org). Clusters empresariais no Brasil: casos selecionados.
São Paulo: Saraiva, 2007. p. 1-18.
FOMBRUN, C.J. Strategies for Network Research in Organizations. The Academy of Management
Review, v. 7, n. 2, p. 280-291, 1982.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
GRANDORI, A.; SODA, G.; Inter-firm networks: Antecedents, mechanisms and forms. Organization
Studies, v. 16, n. 2, p. 183-214, 1995.
GRANOVETTER, M. Economic Action and Social Structure: The problem of embeddedness.
American Journal of sociology, v. 91, p. 481-510, 1985.
GRIMPE, C.; HUSSINGER, K. Formal and Informal Knowledge and Technology Transfer from
Academia to Industry: Complementarity Effects and Innovation Performance. Industry and
Innovation, v. 20, n. 8, p. 683-700, 2013.
HOFFMANN, E.; LOPES, G.; MEDEIROS, J. Knowledge transfer among the small businesses of a
Brazilian cluster. Journal of Business Research, v. 67, n 5, p. 856-864, 2014.
JARVENPAA, S. L.; WERNICK A. Paradoxical tensions in open innovation networks. European
Journal of Innovation Management, v. 14, n. 4, p. 521-548, 2011.
KRAATZ, M. S. Learning by association? International networks and adaptation to environmental
change. Academy of Management Journal, v. 41, n. 6, p. 621-643, 1998.
LASTRES, H.M.; CASSIOLATO, J. E. Glossário de arranjos e sistemas produtivos e inovativos
locais. Rio de Janeiro: IE, 2003.
MALMBERG, A.; POWER, D. How do firms in clusters create knowledge? Uppsala University, v. 12,
p- 409–431, 2005.
MARSHALL, A. Principles of Economics Book Four: The Agents of Production: Land, Labour, and
Capital and Organization. [S.l.]:[s.n.], 1890. [Versão Eletrônica].
MASCENA, K. M. C.; FIGUEIREDO, F. C.; BOAVENTURA, J. M. G. Clusters e APL's: análise bibliométrica
das publicações nacionais no período de 2000 a 2011. Revista de Administração de Empresas
(RAE), v. 53, p. 454-468, 2013.
MILES, R., SNOW, C. Organizations: New concepts for new forms. California Management Review,
n. 28, p. 62-73, 1986.
MINAYO, M. C. S.. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7. ed. São Paulo:
Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 2000.
MINTZBERG, H. The structuring of organizations: A synthesis of the research. [1979]. Disponível
em: <https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1496182>. Acesso em: 30 nov. 2016.
MOLINA-MORALES, F. X. Human capital in the industrial districts. Human Systems Management,
v. 20, p. 319–331, 2001.
MOROSINI, P. Industrial clusters, knowledge integration and performance. World Development, v.
, p. 305–326, 2004.
NOHRIA, N.; ECLES, R. Networks and organizations: Structure, form, and action. Boston: Harvard
Business School, 1992.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
NOVELI, M.; SEGATTO, A. P. Processo de Cooperação Universidade Empresa para a Inovação
Tecnológica em um Parque Tecnológico: evidências empíricas e proposição de um modelo
conceitual. Revista de Administração e Inovação (RAI), v. 9, n. 1, p. 81-105, 2012.
OLIVER, A. L.; EBERS, M. Networking network studies: an analysis of conceptual configurations in
the study of inter-organizational relationships. Organization Studies, v. 19, p. 549-583, 1998.
PAULIN, D.; SUNESON, K. Knowledge transfer, knowledge sharing and knowledge barriers–three
blurry terms in KM. Leading Issues in Knowledge Management, v. 2, p. 73, 2015.
PAULIN, D.; WINROTH, M. Facilitators, Inhibitors, and Obstacles–A Refined Categorization
Regarding Barriers for Knowledge Transfer, Sharing, and Flow. In: International Conference on
Intellectual Capital, Knowledge Management and Organizational Learning, 10., 2013, Washington,
DC, USA. Proceedings… Washington, DC: Academic Conferences Ltd. p. 320-328.
POLANYI, M. The tacit dimension. Garden City, NY: Anchor, 1967.
PORTER, M. E. The competitive advantage of nations. New York: Free Press, 1990.
POWELL, W. Learning from collaboration: Knowledge and networks in the biotechnology and
pharmaceutical industries. California Management Review, v. 40, p. 228-240, 1998.
POWELL, W; KOPUT, K.W.; SMITH-DOERR, L. Interorganizational collaboration and the locus of
innovation: Networks of learning in biotechnology. Administrative science quarterly, v. 41, n. 11,
p. 116-145.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
RUBIN, T. H.; AAS, T.H.; STEAD, A. Knowledge flow in technological business incubators: evidence
from Australia and Israel. Technovation, v. 41, p. 11-24, 2015.
SARACH, L. Analysis of Cooperative Relationship in Industrial Cluster. Procedia - Social and
Behavioral Sciences, v. 191, p. 250-254, 2015.
SAWHNEY, M; PARIKH, D. Where value lives in a network world. Harvard Bussiness Review,
Boston, v. 71, n. 1, p. 79-92, 2001.
SIEGEL, D. S.; WALDMAN, D.; LINK, A. Assessing the impact of organizational practices on the
relative productivity of university technology transfer offices: an exploratory study. Research
policy, v. 32, n. 1, p. 27-48, 2003.
SINGLEY, M. K., ANDERSON, J. R. The transfer of cognitive skill. Cambridge: Harvard University
Press, 1989.
SOHN, A. et al. Aprendizagem interorganizacional: estudo sobre os canais de transmissão de
conhecimento em cluster têxteis e de vestuário no Brasil e em Portugal. Revista Alcance, v. 21, n. 4,
p. 777-796, 2014.
STAIR, R. M.; REYNOLDS G.W. (Colab.) Princípios de sistemas de informação: uma abordagem
gerencial. Trad. Alexandre Melo de Oliveira. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
SVEIBY, K. E. Methods for measuring intangible assets. [2001]. Disponível em:
<http://www.sveiby.com/articles/IntangibleMethods.htm >. Acesso em 23 jan. 2016.
SZULANSKI, G. Exploring internal stickiness: impediments to transfer of best practice within the
firm. Strategic Management Journal, v. 17, p. 27-43, 1996.
SZULANSKI, G. The process of knowledge transfer: A diachronic analysis of
stickiness. Organizational behavior and human decision processes, v. 82, n. 1, p. 9-27, 2000.
TALLMAN, S. et al. Knowledge, clusters, and competitive advantage. Academy of management
review, v. 29, n. 2, p. 258-271, 2004.
TODEVA, E. Clusters in the South East of England. University of Surrey. 2006. Disponível em:
<https://www.surrey.ac.uk/sbs/sar/centres/bcned/BCNED%20Files/SEEDA%20Cluster%20Report.p
df>. Acesso em: 24 jan. 2016.
TODEVA, E.; KNOKE, D.; KESKINOVA, D. Porous and Fuzzy Boundaries. Minnesota: University of
Minnesota, 2007.
TZORTZAKI, A. M.; MIHIOTIS, A. A review of knowledge management theory and future
directions. Knowledge and Process Management, v. 21, n. 1, p. 29-41, 2014.
UZZI, B. Social structure and competition in interfirm networks: The paradox of embeddedness.
Administrative Science Quarterly, v. 42, n. 1, p. 35-67, 1997.
VÁSQUEZ-URRIAGO, A.R.; BARGE-GIL, A.; RICO, M. Science and Technology Parks and cooperation
for innovation: Empirical evidence from Spain, Research Policy, v. 45, p. 137-147, 2016.
WILLIAMSON, O. E. Transaction-cost economics: the governance of contractual relations. Journal
of law and economics, v. 22, n. 02, p. 233-261, 1979.
ZACCARELLI, S. B. et al. Clusters e Redes de Negócios: uma nova visão para a gestão dos negócios.
São Paulo: Atlas, 2008.
ZELENY, M. Human systems management: Integrating knowledge, management and systems.
Singapore: World Scientific, 2005.
ZENG, D. Z. et al. (Ed.). Knowledge, technology, and cluster-based growth in Africa. [2008].
Disponível
em:<https://www.innovationpolicyplatform.org/sites/default/files/rdf_imported_documents/kno
wledge_cluster_africa_2008.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2016.
Publicado
Edição
Seção
Licença
O conteúdo da revista é de acesso público e gratuito, podendo ser compartilhado de acordo com os termos da Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 4.0 Brasil. Você tem a liberdade de compartilhar — copiar, distribuir e transmitir a obra, sob as seguintes condições:
a) Atribuição — a atribuição deve ser feita quando alguém compartilhar um de seus artigos e deve sempre citar o nome da revista e o endereço do conteúdo compartilhado.
b) Uso não-comercial — você não pode usar esta obra para fins comerciais.
c) Vedada à criação de obras derivadas — você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra.
Ficando claro que:
Renúncia — qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais. Domínio Público — onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença.
Outros Direitos — os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença:
- Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis;
- os direitos morais do autor;
- direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade.
Aviso — para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Navus: Revista de Gestão e Tecnologia que deve ser consignada a fonte de publicação original. Os originais não serão devolvidos aos autores.
As opiniões emitidas pelos autores nos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
Esta obra está licenciada sob uma Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 4.0 Brasil.