Gestão de energia no setor industrial e modelo decisório sustentável
DOI:
https://doi.org/10.22279/navus.2021.v11.p01-15.1620Palavras-chave:
Investimentos. Indústria. Gestão pública.Resumo
O objetivo deste estudo é elaborar um modelo decisório ao setor elétrico brasileiro, baseado em indicadores setoriais de sustentabilidade energética no segmento industrial. Na gestão pública de energia elétrica, os indicadores favorecem a orientação da tomada de decisão na intenção de consolidar o relevante papel da eletricidade junto ao desenvolvimento. Nos meandros de cada setor de atividade econômica, a energia elétrica reflete de diferentes maneiras os fluxos de empregos, consumo, concentração de renda, emissão de gases, entre outras variáveis. Nesta perspectiva, é que artigo questiona como o processo decisório no setor elétrico brasileiro poderia ser apoiado estrategicamente por indicadores setoriais de sustentabilidade energética. A metodologia dessa investigação construiu indicadores setoriais de sustentabilidade energética, a partir de correlações lineares verificadas entre variáveis do insumo energético e variáveis do desenvolvimento, cujos resultados alimentaram uma estrutura decisória apoiada na tecnologia, em normas e regras e no estilo decisório. Na metodologia adotou-se o Estado do Pará como local de estudo e o espaço temporal entre 2010 e 2019. Utilizou-se uma análise a partir de correlações lineares entre variáveis pertinentes à energia elétrica e variáveis relativas ao desenvolvimento socioeconômico, no âmbito do setor industrial. Em seguida, desenvolveu-se uma estrutura de alimentação do processo decisório no setor elétrico, a partir dos resultados dos indicadores apurados nas dimensões econômica, social, ambiental e política. Os resultados encontrados indicam a necessidade de releitura do processo decisório por meio de um modelo de indicadores que oriente estrategicamente a tradução da eletricidade a partir dos processos produtivos no setor industrial. O estudo resultou no modelo decisório proposto, que sugeriu ações vinculadas ao aumento de autonomia energética no Pará, redirecionamento do perfil industrial, inclusão de dispositivos compensatórios dos custos ambientais, direcionamento de investimentos para o aumento de PIB na realidade do setor industrial, entre outras recomendações.
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