Virtualização do trabalho durante a Pandemia do COVID-19: avaliação da experiência dos servidores de uma Instituição Federal de Ensino Superior
DOI:
https://doi.org/10.22279/navus.2021.v11.p01-15.1475Palavras-chave:
Teletrabalho. Administração Pública. Tecnologias da Informação. COVID-19.Resumo
O auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) tem propiciado novas formas de trabalho nas organizações, dentre elas o teletrabalho. Com o advento da pandemia da COVID-19 essa modalidade foi adotada por diversos órgãos públicos e empresas privadas de modo a não interromper totalmente suas atividades. Assim, esta pesquisa visa avaliar as percepções dos servidores quanto à excepcional implantação do regime de teletrabalho em uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) no que diz respeito às vantagens e/ou desvantagens nos âmbitos pessoal, organizacional e social; e verificar a viabilidade de implementação de um Programa de Gestão de Teletrabalho na IFES. Adotou-se como estratégia o estudo de caso de abordagem qualitativa exploratória. Os dados foram coletados através de entrevistas realizadas com 06 servidores lotados dentre os 15 setores classificados como essenciais no Plano de Contingência da IFES. Os resultados foram apreciados pela Análise de Conteúdo de Bardin e identificaram que inicialmente a implantação do teletrabalho não foi percebida de forma positiva, porém, após o período de adaptação, os entrevistados apontaram ganhos como flexibilidade, melhoria na qualidade de vida, produtividade, melhor relacionamento familiar, economia de tempo com deslocamento e motivação. Na visão dos participantes é viável a implementação definitiva do teletrabalho, desde que ocorra de forma planejada e que não prescinda o trabalho presencial. As TICs, cada vez mais presentes e em evidência na pandemia, possibilitaram à Administração Pública uma nova oportunidade de transcender o paradigma da cultura da burocracia pelo da inovação.
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