Categorias evolutivas para radiologistas conquistarem a perícia
DOI:
https://doi.org/10.22279/navus.2018.v8n4.p109-124.721Palavras-chave:
Conhecimento. Aprendizagem. Compartilhamento do conhecimento.Resumo
O objetivo do artigo é identificar e descrever as categorias evolutivas para um radiologista conquistar a perícia. O estudo é respaldado na teoria de aprendizagem de Bloom et al. (1956), que permite verificar os resultados de aprendizagem. A partir de um estudo qualitativo, é apresentado o processo de aprendizagem de radiologistas novatos e especialistas e explicitado cada passo necessário para se tornar um especialista em um domínio do diagnóstico por imagem. Participaram do estudo 43 de três organizações de radiologia e diagnóstico por imagem, sendo 21 especialistas e 28 novatos. A coleta dos dados foi realizada por meio de observações, entrevistas semiestruturadas e verificação dos resultados. Os resultados evidenciam que: i) para o radiologista tomar uma decisão é necessário articular os conhecimentos declarativo, procedural e condicional; ii) os radiologistas classificados como especialistas possuíam pelo menos 8 anos de trabalho, desde sua especialização em diagnóstico por imagem, o que se aproxima à regra dos dez anos de preparação para se tornar especialista, proposta no estudo de Ericsson e Lehmann (1996); iii) nem todo radiologista consegue alcançar a perícia; iv) baseado na taxonomia de Bloom et al. (1956) foram identificadas e descritas seis categorias para radiologistas. As recomendações para práticas futuras decorrentes desse estudo incluem: aumentar as atividades de aprendizagem ativa, em que a realização da atividade é colaborativa entre novato(s) e especialista(s); expor os novatos a diagnósticos desafiadores e compartilhar com especialistas a elaboração de diagnóstico para incentivar a reflexão; estabelecer ambientes seguros de aprendizagem, em que os erros são compreendidos como oportunidade de aprendizagem.
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