Indicadores quantitativos: como obter, avaliar, criticar e aperfeiçoar

Autores

  • Piotr Trzesniak Universidade Federal de Itajubá - UniFEI, Itajubá/MG

DOI:

https://doi.org/10.22279/navus.2014.v4n2.p5-18.223

Palavras-chave:

Indicadores. Medidas. Processos estocásticos. Quantificação. Modelagem

Resumo

Quantificar é inerente ao ser humano, e é inegável que trazer essa prática para a construção do conhecimento foi decisivo para o grande sucesso das ciências exatas e da engenharia já no século XIX. Assim sendo, a transformação de informações em números para entender e controlar processos foi transferida para as ciências humanas e sociais, mas... o sucesso não foi o que se esperava, levando muitos pesquisadores dessas áreas a, até, rejeitar a quantificação em geral. Embora tal postura seja compreensível, argumentamos que ela não decorre da quantificação em si, mas de que, a ela agregadas, vieram subliminarmente duas assunções bastante questionáveis e insuficientemente discutidas: as de que, como ocorre na física, nas áreas das ciência humanas e sociais, (i) os fenômenos são predominantemente determinísticos, e (ii) existe a expectativa de um “valor verdadeiro” claro e bem definido para a informação quantificada. O fato é que a quantificação nas áreas não exatas torna-se muito mais útil e eficaz caso se reconheça que (i) os fenômenos são mais bem entendidos se abordados como estocásticos, (ii) não há a expectativa de um “valor verdadeiro” para as informações quantificadas, elas são predominantemente distribuições, intervalos, e (iii) as formas de quantificar, embora sem dúvida totalmente válidas, são menos objetivas. Neste artigo, caracterizamos cada um desses contextos, visando a discriminá-los clara e definitivamente. Diferenciamos medidas de indicadores, e nos concentramos nestes últimos, classificando-os conforme suas várias características, aplicações e funções, e concluindo com um elenco de requisitos de qualidade que eles devem atender para maximizar eficácia, utilidade e precisão.

 

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Biografia do Autor

Piotr Trzesniak, Universidade Federal de Itajubá - UniFEI, Itajubá/MG

Licenciado pela Faculdade de Educação da USP e Bacharel, Mestre e Doutor em Física pelo Instituto de Física da mesma Universidade. Professor titular aposentado da Universidade Federal de Itajubá (UniFEI), Itajubá/MG, desenvolveu pesquisas em Física da Matéria Condensada (propriedades elétricas e ópticas), em Física Nuclear (dosimetria de radiações ionizantes) e em Ensino de Física. Atuou na UniFEI nos programas de pós-graduação em Materiais para Engenharia e em Engenharia de Produção, trabalhando com temas de sua formação, de garantia de controle de qualidade, de metrologia, de desenvolvimento de indicadores em geral e de metodologia de pesquisa, epistemologia e construção do conhecimento.

Integrou por oito anos a diretoria da Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec) e por outros dois, a da Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia (Abecip), de que é sócio-fundador.

Aliada a sua formação como pesquisador, essa atuação interdisciplinar tem-lhe permitido contribuir não apenas na comunicação científica nas várias áreas, mas também em pesquisas específicas dentro delas, o que se traduz em publicações e comunicações no país e no exterior.

 

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Publicado

2014-07-29

Edição

Seção

Artigos