MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01DC6508.9171A480" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01DC6508.9171A480 Content-Location: file:///C:/2669C736/2086.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
Overall Equipment Effectiveness (OEE) applied in t=
he
steel sector
|
Victor
Roberto Nascimento Bezerra https://orcid.org/0000-0001-980=
2-506X |
Bachar=
el
em Engenharia de Produção. Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF) – Brasil. victor.nascimento@discente.univasf.edu.br |
|
Ana
Cristina Gonçalves Castro Silva http://orcid.org/0000-0001-8682-7794 |
Doutor=
a em
Engenharia Industrial. Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF) – Brasil. castroanasilva@gmail.com |
|
Pedro
Vieira Souza Santos https://orcid.org/0000-0001-9802-506X |
Mestre=
em
Engenharia de Produção. Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF) – Brasil. pedr=
ovieirass@hotmail.com |
|
Thiago
Magalhães Amaral https://orcid.org/0000-0003-3642-5054 |
Doutor=
em
Engenharia de Produção. Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF) – Brasil. thiago.magalhaes@univasf.edu.br |
RESUMO
A aplicação do Overall Equipme=
nt
Effectiveness (OEE) como ferramenta para avaliação de eficiência de um
Corte e Dobra de Aço foi aplicada neste presente trabalho. Esse estudo de c=
aso,
aborda a utilização do OEE para mensurar e melhorar a eficiência de uma lin=
ha
de produção específica, situada em uma empresa distribuidora de aço em
Juazeiro-BA. A metodologia baseou-se em um estudo de caso, e através do
mapeamento do processo produtivo, seguido pelo cálculo do índice OEE, por m=
eio
dos indicadores de Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. Os resultados
obtidos indicaram áreas críticas com maior potencial de intervenções,
identificando as perdas, com o intuito de elevar significativamente o
desempenho operacional. O estudo concluiu que o OEE na linha estudada no
período foi de 68,04%, indicando uma classificação “Bom”, mas que requer
melhorias. Para isso, foi elaborado um Plano de Ação através da ferramenta
5W1H, o qual propôs melhorias com base na análise dos índices e nas
necessidades da empresa. Portanto, a aplicação do OEE não só permite uma
avaliação precisa da eficiência operacional das máquinas, mas também contri=
bui
para a redução de desperdícios e a otimização da utilização de recursos,
promovendo a melhoria da produtividade e a qualidade dos produtos oferecidos
pela empresa.
Palavras-chave: <=
span
style=3D'font-size:10.0pt;font-family:"Myriad Pro",sans-serif;mso-bidi-font=
-family:
"Times New Roman";color:black;mso-color-alt:windowtext;border:none windowte=
xt 1.0pt;
mso-border-alt:none windowtext 0cm;padding:0cm;background:white;mso-no-proo=
f:
yes'>overall equipment effectiveness. aço. melhoria continua.
ABSTRACT
The application of Overall Equipment Effectiveness
(OEE) as a tool for evaluating ef- ficiency in Steel Cutting and Bending was
implemented in this study. This case study addresses the use of OEE to meas=
ure
and enhance the efficiency of a specific production line located at a steel
distributor in Juazeiro-BA. The methodology was based on a case study appro=
ach,
involving mapping of the production process followed by calculating the OEE
index using Availability, Performance, and Quality indicators. The results
identified critical areas with the highest potential for interventions,
pinpointing losses to significantly boost operational performance. The study
concluded that the OEE for the examined line during the period was 68.04%,
indicating a "Good" rating but requiring improvements. Accordingl=
y,
an Action Plan was devised using the 5W1H tool, proposing enhancements base=
d on
index analysis and company needs. There- fore, applying OEE not only allows=
for
precise evaluation of machine operational effi- ciency but also aids in was=
te
reduction and resource optimization, thereby promoting productivity improve=
ment
and product quality enhancement for the company.
Keyw=
ords: overall equipment effectiveness. stell. continuous=
improvement.
Recebido em 14/02/2025. Aprovado em 18/11/2025.
Avaliado pelo sistema double blind
Corte
e Dobra de Aço
O desenvolvimento de equipamentos
automatizados para processamento de vergalhões, controlados numericamente,
trouxe avanços significativos para o processo industrial de Corte e Dobra
(Maciel, 2018). Até o final da década de 1970, o corte e dobra de barras de=
aço
no Brasil era realizado de maneira artesanal. Conforme Santos (2019), a mai=
oria
do material produzido pelas usinas siderúrgicas era fornecida em barras de =
12
metros. Para o serviço de CD, utilizavam-se métodos com tecnologia limitada,
empregando serras para o corte e pinos de dobra improvisados montados em me=
sas
de madeira, sem seguir os padrões normativos exigidos.
Segundo Marques (2013), os serviços de=
corte
e dobra no Brasil tiveram inicio aproximadamente em 1989, com uma das prime=
iras
unidades sendo instalada no estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, essas
unidades foram implementadas nos estados vizinhos, como São Paulo e Minas
Gerais, pois essas regiões são estratégicas, devido à proximidade com as us=
inas
siderúrgicas (Marques, 2013).
O fornecimento de aço cortado e dobrado
industrialmente, segundo Barros e Melhado (1998), envolve a solicitação do
material a partir do envio do projeto detalhado da armadura desejada. Esse
método necessita de planejamento entre o tempo de produção e o cronograma da
obra (Gondim, 2020). Ainda segundo o autor, as principais vantagens desse
fornecimento incluem a redução da mão de obra no canteiro, ganho de
produtividade, redução das perdas de material e maior qualidade do produto
final devido à execução por máquinas.
Conforme Morais e Borges (2009) o proc=
esso
de fornecimento começa com a negociação dos valores do serviço de Corte e
Dobra, pode ser expresso em reais por tonelada (R$/t) ou reais por Quilogra=
ma
(R$/Kg), e não varia com a complexidade do projeto. Após o pedido ser forma=
lizado,
o cliente envia os projetos estruturais detalhados para análise e
planilhamento. Esse processo inclui a identificação das peças presentes no
projeto e gera as etiquetas que servirão como Ordens de Produção (O.S.), que
serão utilizadas nas máquinas.
Durante a produção, as máquinas podem =
ser
abastecidas com aço em carretéis ou barras nervuradas, sendo os carretéis
limitados a diâmetros de até 25 mm. Com a máquina abastecida de matéria-pri=
ma,
o operador lê e programa as informações da ordem de produção e inicia o pro=
cesso
(Gondim, 2020). Em seguida a máquina produz automaticamente as peças confor=
me
detalhado no projeto estrutural, seguindo as orientações para dobramento do=
aço
e a utilização de pinos adequados, conforme especificado pela norma Norma
Brasileira (NBR) 6118. Dessa maneira, a utilização de carreteis no processo=
de
Corte e Dobra reduz significativamente as perdas de aço, em comparação as perdas existentes co=
m a
utilização de barras retas, podendo chegar a mais de 10%, segundo Alves e
Passos (2016).
Após a fabricação, as peças de aço são
transportadas por pontes rolantes e estocadas. Segundo Chaim (2001), como o
serviço de Corte e Dobra de Aço deve ser realizado conforme as especificaçõ=
es
do projeto estrutural, ele deve ser entregue de acordo com o cronograma da
construção (cronograma da obra) e em lotes devidamente identificados.
Posteriormente, esses lotes são carregados em veículos específicos para car=
gas,
e então são despachados ao(s) cliente(s). Na obra, o recebimento do aço env=
olve
conferência das informações e verificação das condições das peças, garantin=
do
que o pedido esteja completo e conforme solicitado (Gondim, 2020).
Overall Equipment Effectiveness=
span> (OEE)
A gestão eficaz dos indicadores de
produção é crucial para a redução de custos e o aprimoramento da eficiência=
no
processo produtivo (Oliveira, Hemosilla e Silva, 2012; Machado; Santos, 202=
0).
O Overall Equipment Effectivenes=
s
(OEE) é um indicador fundamental na gestão de operações e produção, oferece=
ndo
uma visão abrangente do desempenho dos equipamentos industriais (Nakajima,
1988). A Eficiência Global dos Equipamentos, antes considerada apenas como =
um
indicador da eficácia da manutenção produtiva total, agora é reconhecida co=
mo
uma medida eficaz na gestão da produtividade (Hansen, 2006; Santos e Santos,
2021).
O OEE destaca-se como o principal
indicador para avaliar a Eficiência Global, analisando o desempenho diário =
dos
equipamentos por meio dos fatores essenciais: (i) paradas, (ii) ritmo e (ii=
i)
produtos defeituosos (Santos, 2018). Esses elementos são conhecidos como
Disponibilidade, Desempenho e Qualidade e identificam
as origens das perdas de eficiência. As barreiras que impactam a eficiência
global do equipamento são identificadas na Total
Production Maintenance (TPM) como as "seis grandes perdas",
conforme delineado por Shirose (1992). A eliminação dessas perdas é essenci=
al
para a melhoria do OEE, conforme representado na Figura 1.
Figura
1 - Esquematização entre os tempos associados às seis grandes perdas e o OE=
E
Fonte:
Busso e Miyake (2013, p. 208)
Lima (2014) e Santos (2020) ressaltam =
que
o OEE é projetado para examinar o desempenho dos instrumentos na produção de
produtos em organizações empresariais, buscando equilíbrio entre ações
direcionadas à produção, desempenho e qualidade, alinhando-se às estratégia=
s de
manutenção. Isso é ocorre porque o OEE deriva do aprimoramento da
metodologia TPM, desenvolvida por Nakajima (1988).
O TPM visa alcançar o desempenho ideal=
e a
redução de perdas, destacando a medição do acúmulo de desperdício de tempo =
como
a melhor forma de avaliar a eficácia do equipamento. Ele permite às empresas
analisarem suas condições reais de eficiência e utilização de equipamentos =
ao
identificar as seis grandes perdas que afetam qualquer equipamento (Nakajim=
a,
1988).
A implementação do TPM baseia-se em tr=
ês
conceitos centrais: maximização da eficiência do equipamento, manutenção
autônoma realizada por operadores e organização de pequenos grupos de melho=
ria
(Ljungberg, 1998). Conforme destacado por Hansen (2006), o resultado global=
da
eficiência pode ser categorizado de acordo com os seguintes parâmetros na
Tabela 1.
Tabela
1 – Os níveis de Classificação do OEE Global.
|
Nível |
Critério |
Considerações |
|
Abaixo de 65% |
“Inaceitável=
” |
É preciso tomar
ações imediatas. |
|
Entre 65% e 75% |
“Bom” =
ou “Adequado” |
É
avaliado como "B=
om", mas
precisa de melhorias. |
|
Entre 75% e 85% |
“Muito Bom” |
Tem
potencial para alcançar um padrão |
|
Acima de 85% |
“Nível Mundial” |
É
classificado como de "Nível Mundial". |
Fonte:
Adaptado de Hansen (2006).
Moraes (2004) destaca o OEE como um pa=
drão
mundial de medição de resultados. Segundo Nakajima (1988), a aspiração é
alcançar um OEE de 85% para os equipamentos. Para atingir esse percentual, =
são
necessários os seguintes índices: (i) 90% para disponibilidade; (ii) 95% pa=
ra
performance; e (iii) 99% para qualidade. O OEE considera, em seu processo de
formulação, os seguintes aspectos:
a) O tempo útil disponível para o
equipamento executar sua função, ou seja, produzir;
b) A eficiência ao longo do funcioname=
nto,
representando a capacidade de produzir no ritmo habitual;
c) A qualidade do produto alcançado pe=
lo
processo em que o equipamento está inserido.
Portanto, o objetivo principal de um
programa OEE é minimizar ou reduzir as causas de ineficiência no ambiente de
fabricação ou operação (Aman et al., 2017; Silva, Silva e Santos, 20=
24).
Na perspectiva de Kumar, Varambally e Rodrigues (2012), ao calcular o OEE, o
indicador fornece uma visão abrangente de onde o tempo produtivo e os recur=
sos
estão sendo perdidos, permitindo descobrir a verdadeira capacidade oculta do
sistema. Por fim, muitas dessas melhorias podem ser implementadas sem a
necessidade de investimentos significativos, envolvendo ajustes em
procedimentos básicos (Hansen, 2006).
METODOLOGIA
A metodologia adotada nesta pesquisa f=
oi
organizada em três fases.
Primeira fase:
· =
Visita
in loco
Nesta fase inicial, foi conduzida uma
visita in loco à distribuidora =
de aço
com o objetivo de estabelecer o primeiro contato com a empresa, conhecer seu
processo produtivo, e compreender as expectativas e necessidades do negócio.
Assim, foi possível identificar um dos problemas da empresa: a falta de
mensuração do desempenho da produção de aço cortado e dobrado.
·&nb=
sp;
Definição do Problema
Em seguida, após a identificação de um=
dos
desafios da empresa, o problema da pesquisa foi claramente definido, abrang=
endo
as necessidades de melhorias no processo produtivo e sua mensuração por mei=
o do
indicador OEE. O indicador escolhido atende à necessidade de otimizar a
eficiência operacional de uma das linhas de produção de Corte e Dobra de Aç=
o.
· =
Fundamentação
Teórica
Com isso, foi necessário um aprofundam=
ento
realizado por meio da pesquisa bibliográfica, com o objetivo de enriquecer =
os
conhecimentos sobre o tema. Essa etapa do estudo compreende a revisão de
literatura a partir das fontes consultadas, como livros, artigos acadêmicos,
teses, dissertações e estudos de caso bem-sucedidos. Essa base teórica focou
principalmente nos conceitos do =
Lean
Manufacturing e do TPM, enfatizando os conceitos da aplicação da
ferramenta OEE.
·&nb=
sp;
Definição da Metodologia
Essa etapa consistiu nos ajustes e
planejamentos da execução da pesquisa, e, portanto, estabelecendo a metodol=
ogia
a ser aplicada nela.
Segunda fase:
·&nb=
sp;
Levantamento dos processos realizados =
na
linha de produção
Nesta etapa, os esforços se concentrar=
am
no levantamento detalhado dos processos realizados pela equipe de operadore=
s de
máquinas, gerência, encarregados de produção e com foco na operação da máqu=
ina
de Corte e Dobra de Aço, documentando cada etapa e particularidade dos proc=
edimentos
analisados.
· =
Treinamento
dos Operadores
Os operadores foram treinados
especificamente para a coleta de dados precisos e confiáveis, sendo orienta=
dos a
anotar o horário de início e de término dos pedidos em produção, o peso em =
quilogramas
do material produzido e se as peças eram complexas ou comuns, pois isso
impactaria diretamente entre a quantidade de tempo utilizada versus a produ=
ção
efetiva em peso. Esse tipo de abordagem é essencial para uma análise efetiv=
a do
OEE.
· =
Coleta
de Dados
Os dados foram coletados de acordo com=
os
procedimentos estabelecidos, sendo realizados
por meio da cronometragem de cada etapa identificada no processo, desde as
Paradas Programadas as Pequenas Paradas, e demais etapas. Após a coleta, os
dados seguiram para o tratamento e organização em tabela no Microsoft®=
Excel, os preparando-os para análises subsequentes.
Terceira fase:
·&nb=
sp;
Desenho do Fluxograma
Assim, foi realizado o desenho de um
fluxograma para mapear os processos, com o objetivo de visualizar detalhada=
mente
as etapas da linha de produção detalhadamente. Para a construção do modelo,=
foi
utilizado o Lucidchart, um softw=
are
utilizado para organizar, criar fluxogramas, além de documentar processos, =
proporcionando
uma melhor compreensão das atividades operacionais.
·&nb=
sp;
Cálculo do OEE
As perdas de tempo foram quantificadas=
, e
a Disponibilidade da máquina foi calculada, a fim de identificar os período=
s de
inatividade. O Desempenho foi analisado para avaliar a produtividade efetiv=
a da
máquina em comparação com seu potencial máximo. Por fim, a Qualidade também=
foi
calculada, considerando a quantidade, em quilogramas, de peças que precisar=
am
ser descartadas. Com base nessas análises, o OEE foi calculado, fornecendo =
um
indicador abrangente da eficiência da máquina, consolidado a partir dos índ=
ices
obtidos.
·&nb=
sp;
Proposta de Melhorias
Por último, utilizando as informações
obtidas por meio do OEE, foi possível propor à administração algumas melhor=
ias
que poderiam ser implementadas no processo de beneficiamento do aço cortado=
e
dobrado. Para isso, elaborou-se um plano de ação utilizando a ferramenta de
qualidade 5W1H.
RESULTADOS
E DISCUSSÕES
O processo industrializado de Corte e Dobra é conduzido com
base no Projeto Estrutural, que inclui o detalhamento das armações (Chaim,
2001). Para isso, segundo Marder e Formoso (2004), é realizada a atividade =
de
planilhamento, que consiste na transcrição das informações do Projeto
Estrutural para o software
utilizado pela empresa de Corte e Dobra na coordenação dos serviços de
produção, considerando as diversas variedades e formatos típicos de peças de
aço.
Com base nessas informações, a empresa realiza o planilhame=
nto
utilizando um software
computacional. Nesse processo, dados como detalhes da obra, cliente, número=
e
revisão do desenho de referência, identificação dos elementos estruturais,
posição, diâmetro (bitola), formato de dobra e quantidade de peças são inse=
ridos
no sistema usado pela empresa processadora do aço, juntamente com outras
informações essenciais para a produção (Carlott, 2012). A partir disso, são
geradas as ordens de produção (O.S.) e o Romaneio de entrega.
A Ordem de Produção (O.S.)
contém as principais informações de identificação do cliente ao qual perten=
ce, bem
como os dados necessários para o correto posicionamento das peças de acordo=
com
o projeto estrutural: desenho de referência, elemento, bitola (mm), tipo de
aço, quantidade e formato das peças, comprimento unitário e o peso total em=
quilogramas
correspondente ao conjunto.
Já o Romaneio de Entrega,=
reúne
todas as informações das O.S. geradas. Ele também serve como referência par=
a o
cliente identificar todas as peças que foram planilhadas, bem como identifi=
car
todo o lote de peças que foram produzidas e entregues, além de auxiliar o
armador de ferragens na identificação de quais peças devem ser combinadas e=
ntre
si, para formar o conjunto armado do aço estrutural. Em seguida, após final=
izada
a etapa do planilhamento e com a aprovação do cliente, as etiquetas
correspondentes as O.S. são impressas, e o material é encaminhado para a li=
nha
de produção nas máquinas de Corte e Dobra.
Para realizar o Corte e D=
obra
do aço, existem equipamentos automatizados de processamento de vergalhões, =
classificados
em três tipos, considerando o sistema de fornecimento, cabeças de dobra,
diâmetro dos vergalhões e dimensões dos formatos a serem produzidos. De aco=
rdo
com esses autores, os equipamentos do tipo “A”, e tipo “B”, são capazes de
manipular vergalhões de até 16 mm. Os equipamentos do tipo “B”, diferenciam=
-se do
tipo “A” devido a presença de dois cabeçotes para a realização da dobra
(superior e inferior), permitindo maior agilidade e precisão.
Além disso, segundo a Sch=
nell
Brasil (2024), os equipamentos do tipo “B”, podem alcançar velocidades máxi=
mas
de arrastes de até 200 m/min e os equipamentos do tipo “A” até 140 m/min, a=
mbos
na versão High Speed (HS). Na v=
ersão
comum, o equipamento do tipo “B” atinge até 140 m/min e o equipamento do ti=
po
“A” alcança até 110 m/min.
Além disso, os equipament=
os do
tipo “B” possuem regulagem eletrônica do endireitamento do aço, enquanto qu=
e os
do tipo “A”, contam com ajustes manuais. Esses equipamentos realizam
automaticamente o endireitamento, corte e dobra dos vergalhões. Os equipame=
ntos
do tipo “A” e tipo “B”, operam com o uso de bobinas de fios de aço como mat=
éria
prima, as quais são produzidas nacionalmente e disponibilizadas para client=
es
que adquirem maiores volumes e possuem equipamentos desses tipos.
A produção de um pedido d=
e um
cliente de Corte e Dobra, incluindo todas as ordens de produção, segue um p=
razo
pré-determinado de até cinco dias úteis. Finalizada a produção na máquina, o
operador de ponte. Finalizada a produção na máquina, o operador de ponte
utilizará o equipamento denominado Ponte Rolante para recolher os “pacotes”=
e
transportá-los até o local destinado ao armazenamento de todas as peças de =
um
único pedido, mantendo-as organizadas separadamente.
Mapeamento do processo
Na Gerência de Produção o=
correm
todos os processos relacionados ao gerenciamento do projeto, desde a chegad=
a do
Projeto Estrutural, seu planilhamento no software
destinado a essa atividade, o retorno ao cliente e vendedor sobre o quadro =
de
aço do projeto, e o envio do romaneio de produção. O retorno ao cliente é
crucial, pois permite que ele verifique quais peças de aço serão produzidas=
, suas
respectivas quantidades e o peso total do projeto, além de possibilitar sug=
erir
alterações e verificar a conformidade do projeto antes de negociar e fechar=
o
pedido com a empresa.
Além disso, ocorre a
programação do cronograma da produção, realizada pelo gerente do setor. As
Ordens de Produção (O.S.) são impressas juntamente com o Romaneio de Entreg=
a do
pedido e, ao chegar à data de programação ou quando se abre uma janela de
produção, são levadas até a produção pelo encarregado ou gerente.
A etapa de produção inici=
a-se
quando as O.S. chegam aos operadores. Com as Ordens de Produção em mãos, o
operador de máquina solicita ao operador de ponte a bobina de aço da bitola=
necessária,
movendo a matéria prima com a Ponte Rolante para abastecer a máquina. O
operador então realiza o setup de montagem da matéria-prima na máqui=
na e,
em seguida, confere todas as informações das O.S. para garantir sua
conformidade.
Se houver inconsistências,
estas são comunicadas à Gerência de Produção para resolução. Em seguida, o
operador programa a Ordem de Produção no computador da máquina e inicia a
produção da primeira peça. Após a conferência da peça inicial, se ela estiv=
er conforme,
a máquina é programada para produzir o restante das peças; caso contrário, o
processo de programação é repetido. Concluída a produção, as peças são amar=
radas
em pacotes e identificadas com a O.S. Por fim, o material acabado é transfe=
rido
para a área de armazenamento, até que o setor de logística combine com o
cliente a data e o modo de entrega do pedido.
Escolha =
do
equipamento
A empresa estudada conta =
com quatro
linhas de produção de aço cortado e dobrado, sendo três destas automatizadas e uma operada
manualmente. Para a composição deste estudo, optou-se por limitar a pesquisa
apenas na linha de produção automatizada. Conforme analisado, os equipament=
os
do tipo "A" e tipo "B" são capazes de manipular vergalh=
ões
de até 16 mm. O equipamento do tipo “B” foi definido pela Gerência de Produ=
ção
como a máquina que seria responsável por processar as bitolas de aço de
diâmetro 8 mm e 10 mm, enquanto que os outros dois equipamentos do tipo “A”=
, um
deles seria responsável pelas bitolas 4.2 mm, 5 mm, 6 mm e 6.3 mm e o outro
responsável pelas bitolas 12.5 mm e 16 mm. Já as bitolas de diâmetro superi=
ores
são processadas na linha de produção manual.
Do ponto de vista econômi=
co, a
escolha do equipamento foi fundamentada pela análise do faturamento das ven=
das
das bitolas de aço processadas. Os dados dos três primeiros trimestres do a=
no
demonstram que as bitolas de 8 mm e 10 mm, tiveram uma participação
significativa no faturamento da empresa. A análise dos dados mostra que as
bitolas de 8 mm e 10 mm representam uma parcela maior do total produzido e
faturado pela empresa. A bitola 8 mm tem uma parcela de 27% e a 10 mm de 25=
%,
representando cerca de 52% do faturamento registrado no primeiro trimestre =
da
empresa. Assim, esses dados justificam a escolha da linha de produção, que
contempla o equipamento do tipo "B".
Cálculo do OEE<=
span
style=3D'font-size:10.0pt;line-height:150%;font-family:"Myriad Pro",sans-se=
rif;
mso-bidi-font-family:Arial;border:none windowtext 1.0pt;mso-border-alt:none=
windowtext 0cm;
padding:0cm;background:white;mso-no-proof:yes'>
Para realizar os cálculos=
do
OEE no processo, os dados foram coletados e anotados em tabela impressa. Os
operadores ficaram responsáveis por anotar os dados específicos dos período=
s de
trabalho e dos pedidos, incluindo código do pedido, horário de início, horá=
rio
de término e peso produzido. Durante essa fase, foram cronometrados e
documentados todos os tempos de paradas ocorridas durante o processo, bem c=
omo
o registro do peso das peças de refugo (sucatas)no processo produtiv=
o de
Corte e Dobra.
Esta sucata é reaproveita=
da
através de logística reversa, sendo reintroduzida no processo siderúrgico de
produção de aço bruto, pela empresa produtora do aço. Todos os dados foram
coletados no período compreendido entre 15/03/2024 e 18/04/2024, totalizando
cinco semanas. Esses dados, foram posteriormente alimentados em planilhas no
Microsoft® Excel, organizados por semanas.
O primeiro indicador a ser
calculado, foi o de Disponibilidade (Figura 2). Nessa etapa, o tempo total =
dos
turnos são descontados das paradas programadas, formando o Tempo Planejado =
para
Produção. Logo em seguida, desse tempo são descontados os tempos de Paradas=
Não
Programadas, setups, Inicializa=
ção da
Máquina e Quebras, formando o Tempo de Produção Teórico.
Figura 2 – Disponibilidade por semana
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme os resultados ob=
tidos,
calculando a média das observações no período, foi possível estabelecer que=
a
Disponibilidade Geral no período foi de 80,04%. Visualizando a Figura, é
possível compreender que na primeira semana, o índice foi altamente impacta=
do,
estando muito abaixo da média estabelecida pela Disponibilidade Geral.
Os principais fatores que
impactaram a baixa disponibilidade nessa semana, foram as quebras, que tive=
ram
um tempo somado e registrado de 211 minutos, o setup de troca das bobinas com 104 minutos e as paradas não
programadas, com cerca de 439 min. Consequentemente, em uma semana que teve=
um
Tempo Programado para Produzir de 2265 minutos, houve uma redução da
disponibilidade do tempo destinado a produção, alcançando um índice de
Disponibilidade de 64,02%.
Quanto às quebras, elas s=
ão
recorrentes, pois não há um plano estruturado de manutenção preventiva, sen=
do
necessário a intervenção toda vez que ocorre um defeito ou falha. Já as par=
adas
não programadas ocorrem a qualquer momento, inclusive quando o operador pre=
cisa
ser deslocado para executar outras atividades diferentes da operação da
máquina.
Nesse índice, a Disponibi=
lidade
também é afetada pelo tempo de inicialização da máquina, uma vez que os ope=
radores
não seguem um procedimento padronizado para verificar as condições iniciais=
de
funcionamento realizando a atividade conforme seu entendimento. O último e =
um
dos principais, é o tempo que é levado para executar o setup de colocação das bobinas nas máquinas. Muitas vezes, o te=
mpo
para realização desse setup é variável, devido à espera pelo operado=
r da
Ponte Rolante para executar a ação e também pela falta de treinamento adequ=
ado
para otimizar a execução dessa tarefa.
Já para calcular o Indicador=
de
Desempenho, foi utilizado o Tempo de Produção Teórico, reduzido dos tempos
referentes às pequenas paradas durante a produção e da redução de velocidad=
e.
De acordo os resultados obtidos, foi possível estabelecer o Desempenho Geral
que foi de 85,14%, que é a média para o período.
Através da Figura 3, é po=
ssível
observar que na quarta semana, houve uma queda no rendimento em relação as
outras semanas, principalmente devido às pequenas paradas necessárias para
fixar as Ordens de Produção nas peças produzidas e para realizar a medição =
da
primeira peça.
Fonte: Dados da pesquisa
Isso ocorreu pois, na qua=
rta semana
houve uma maior quantidade de pedidos diferentes na linha de produção, isto=
é,
quando há diversos pedidos sendo produzidos em um curto período de tempo, há
mais O.S. sendo programadas e produzidas em sequência, assim como, essas me=
smas
ordens sendo fixadas nas peças ao final de sua produção.
A soma dos tempos utiliza=
dos
nas operações de Programação das Ordens de Produção, fixação das etiquetas =
e de
medição da primeira peça, foi de 819 minutos. Dessa maneira, essas Pequenas
Paradas acabam impactando justamente no Tempo Real de Produção, no qual, qu=
ando
há redução, há consequentemente um menor índice de Desempenho. Já na primei=
ra semana,
apesar de ser próximo a média geral de Desempenho, foram registrados 126
minutos apenas para a fixação das etiquetas, o que resultou num rendimento =
para
essa semana abaixo da média do indicador. Portanto, no indicador de Desempe=
nho
os principais fatores que reduzem ele, são o tempo de programação da O.S., a
medição da primeira peça e por fim o tempo da fixação da O.S.
Já a qualidade é calculad=
a de
acordo com a quantidade Total de Peças Produzidas, menos o Total de Refugos
mais o Retrabalho, chamado de Peças Ruins. Como a operação consiste na prod=
ução
em Quilogramas, a qualidade foi calculada ajustando a esse fator.
Fonte: Dados da pesquisa<=
/span>
Portanto, conforme os
resultados obtidos, a média calculada do índice de qualidade no período foi=
de
99,84%, evidenciando que há um nível muito baixo de refugos. No entanto, na
terceira e quarta semana houve o registro de níveis ligeiramente abaixo da
média. A terceira semana foi impactada pelo fato de os pedidos conterem uma
quantidade maior em quilogramas de aço. Pedidos maiores necessitam da repos=
ição
de bobinas de aço, o que consequentemente leva perdas devido ao empenamento=
das
primeiras peças.
Logo, as primeiras peças
precisam ser retrabalhadas, e algumas caso apresentem uma maior quantidade =
de
dobras (nós), serão descartadas como sucata. Já para a quarta semana, a que=
da
na qualidade é explicada pela quantidade de peças complexas a serem produzi=
das,
isto é, peças que contém muitas dobras, o que faz com que normalmente as
primeiras peças a serem produzidas, devido ao empenamento do aço e a veloci=
dade
inicialmente desajustada, acabem gerando algumas peças defeituosas. Essas p=
eças
defeituosas geralmente são descartadas como sucatas, principalmente em razã=
o do
estiramento do aço, que faz com que no lado tracionado do aço, haja perda d=
e resistência
inicial. Portanto, como esse material não pode ser endireitado ou
reaproveitado, ele deve ser descartado.
Dessa forma, a Eficiência
Global (OEE) pode ser determinada a partir dos índices calculados
anteriormente, utilizando o produto dos três parâmetros. Assim, com base no=
s resultados
obtidos para cada semana e na classificação definida na literatura, foi
possível determinar a média global do OEE no período da pesquisa, conforme a
Tabela 2.
Tabela 2 – Índices calculados do OEE Global.
|
Semana |
Disponibilidade |
Desempenho |
Qualidade |
OEE (%) |
Critério |
|
1 |
64,02 % |
84,03 % |
99,88% |
53,73% |
Inaceitável<=
/span> |
|
2 |
81,79 % |
86,39 % |
99,86% |
70,55% |
Bom<=
span
lang=3DPT style=3D'font-size:10.0pt;font-family:"Myriad Pro",sans-serif;
mso-fareast-font-family:Arial;mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-ansi-language:PT'> |
|
3 |
84,13 % |
92,79 % |
99,82% |
77,93% |
Muito Bom |
|
4 |
85,61 % |
73,97 % |
99,81% |
63,20% |
Inaceitável<=
/span> |
|
5 |
84,63 % |
88,53 % |
99,85% |
74,81% |
Bom<=
span
lang=3DPT style=3D'font-size:10.0pt;font-family:"Myriad Pro",sans-serif;
mso-fareast-font-family:Arial;mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-ansi-language:PT'> |
|
Média |
80,04 <=
span
style=3D'letter-spacing:-.5pt'>% |
85,14 <=
span
style=3D'letter-spacing:-.5pt'>% |
99,84% |
68,04% |
Bom |
Fonte: Elaboração de autoria própria (2024).
Com base no cálculo, a mé=
dia do
índice do OEE para a linha de produção no período do estudo foi de 68,04%.
Dessa forma, o nível de critério do OEE para a média calculada, é classific=
ado como
“Bom”, no entanto, requer intervenções visando melhorias significativas
principalmente em fatores associados aos índices de Disponibilidade e
Desempenho, como visto anteriormente.
Avaliação
Conforme observado, a pri=
meira
e a quarta semana, apresentaram impacto substancial para a análise do OEE. =
Na primeira
semana, foi verificado que o desperdício de tempo relacionado a paradas não
programadas alcançou a marca de 439 minutos, e também aproximadamente 211
minutos destinados à correção das quebras da máquina. Portanto, esses dois
valores registrados, reduziram substancialmente a Disponibilidade do equipa-
mento na 1ª semana.
Já na quarta semana, foi
possível observar uma perda na Disponibilidade da máquina, devido a cerca de
218 minutos de paradas não programadas, para realizar pequenos ajustes no
equipamento. Também houve impacto decorrente da necessidade de o Operador de
Máquina se ausentar de sua função para executar outras atividades, como ope=
rar
a Ponte Rolante, realizar o carregamento de cargas em caminhões e operar a
máquina de produção de telhas, o que fez com que o tempo destinado à operaç=
ão
da máquina fosse drasticamente reduzido.
Outro fator impactante na=
quarta
semana foi o tempo necessário para fixar as etiquetas de Ordens de Serviço
(O.S.) nas peças dos pedidos. Isso ocorreu porque os operadores precisaram
fazer pequenas paradas executar a fixação das ordens de produção. Além diss=
o, o
operador da máquina teve que lidar com um número elevado de pedidos diferen=
tes
na quarta semana, cada um contendo diversas O.S.. Como resultado, essas
pequenas paradas acumularam um tempo total de aproximadamente 363 minutos d=
estinados
a essa atividade.
No geral, as Paradas
Programadas ao longo das cinco semanas contabilizaram 675 minutos o total.
Essas paradas ocorreram normalmente para realização das pausas devido a jor=
nada
de trabalho diárias dos operários, permitindo a eles, por turno, uma pausa =
de
15 minutos para tomarem café e se alimentarem. Além disso, no tempo reserva=
do
às Paradas Programadas nas tardes de sexta-feira, foram realizadas reuniões
entre operadores, auxiliares e equipe administrativa para discutir as
principais intercorrências ocorridas durante a semana, com o objetivo de ev=
itar
que elas voltem a ocorrer.
Levando em consideração a=
s três
contabilizações que mais impactaram o índice de Disponibilidade do OEE, for=
am
as atividades de Paradas Não Programadas, somando 1.150 minutos totais, as
Quebras, com 626 minutos e o tempo de setup
das Bobinas, com 508 minutos. Essas atividades limitaram o indicador de
Disponibilidade a cerca de 80,04%, conforme a Tabela 4. Já os maiores impac=
tos
no indicador de Desempenho, foram o Tempo de Fixação de Etiquetas nas peças,
com 854 minutos totais, seguido do Tempo de Programação das O.S., com cerca=
de
588 minutos e do tempo necessário para a medição da primeira peça, resultan=
do
em um índice médio de 85,14% para esse indicador.
Quanto ao índice de Quali=
dade,
a quantidade total produzida no período foi de 118.815 Kg, enquanto o
total de peças consideradas ruins, somou 185 Kg. Assim, o indicador de
qualidade atingiu 99,84%, evidenciando que ocorreram perdas mínimas nesse
aspecto. A partir dos valores obtidos na média do OEE, torna-se possível
identificar e sugerir correções que contribuam para mitigar o tempo perdido=
na
produção das peças de aço.
A redução dessas perdas n=
ão não
apenas elevará os índices de Disponibilidade e de Desempenho, como também f=
avorecerá
uma melhoria geral do OEE da linha de produção aproximando o processo de ní=
veis
de excelência. Portanto, é fundamental analisar detalhadamente as causas das
principais perdas identificadas, de modo a propor ações corretivas que
minimizem o tempo improdutivo ao longo da fabricação.
Conforme os percentuais o=
btidos
anteriormente, a empresa teve as maiores perdas relacionadas aos índices dos
fatores de Disponibilidade e Desempenho. Dessa forma, para facilitar a
identificação de onde ocorreram as maiores perdas foi gerada, de acordo com=
as
regras do Diagrama de Pareto, a Figura 4.
Figura 5 – Diagrama de Pareto
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com a análise da
Figura 4, elaborada por meio do Diagrama de Pareto e com base no princípio =
de
que 80% das ocorrências decorrem de 20% das causas, verificou-se que os tem=
pos
de Paradas Não Programadas, Fixação das Etiquetas (O.S.), Quebras e as
Programações de O.S. representam a maior parcela dos problemas que afetam o=
s índices
de Disponibilidade e Desempenho. Inicialmente é fundamental identificar os =
fatores
associados às Paradas Não Programadas, uma vez que estas foram as principais
causadores da pela redução do indicador de Disponibilidade.
A partir da análise das
variáveis que compõem as Paradas Não Programadas, observou-se que a causa de
maior impacto está relacionada às saídas do operador da máquina para execut=
ar
outras atividades, como a operação da ponte rolante, o que resultou em um t=
otal
de 552 minutos destinados a essa função.
Esse processo ocorria
principalmente no turno da manhã, mais precisamente entre 7h e 10h, devido à
implementação de uma escala de trabalho que determinou que uma parte da equ=
ipe
iniciaria às 7h e o restante às 10h. Essa organização resultou na ausência =
de
um Operador de Ponte Rolante nesse intervalo, o que fez com que essa função
tivesse de ser assumida pelos Operadores de Máquinas, que possuem treinamen=
to
para tal atividade. Em razão disso, ocorreram diversas saídas dos operadores
para operar a ponte rolante.
Quanto ao carregamento, c=
erca
de 253 minutos foram destinados a essa operação, que envolvia o deslocament=
o do
Operador de Máquinas para auxiliar no carregamento dos caminhões da empresa=
. Em
determinados momentos, durante o turno do galpão, os Operadores de Máquinas
precisavam interromper a operação das máquinas para auxiliar no carregamento
das peças de aço, devido ao número limitado de Auxiliares de Operação. As
demais atividades estavam relacionadas à saída do operador da linha estudada
para operar a máquina de fabricação de telhas, quando havia maior demanda de
transferência entre os centros de distribuição, bem como a outras funções q=
ue o
Operador de Máquina desempenhava na empresa.
Quanto a fixação das etiq=
uetas
(O.S.), é trata-se de uma operação responsável pela colocação das Or=
dens
de Serviço nas peças. Durante o período analisado, essa operação consumiu 8=
54
minutos. Ela está diretamente ligada ao indicador de Desempenho, pois envol=
ve Pequenas
Paradas e redução da velocidade de operação da máquina, que ocorrem durante=
o
processo e comprometem o desempenho produtivo.
Para fins de informação, a
Fixação das O.S. apresentou impacto significativo na quarta semana, com 363
minutos de perdas, o que afetou diretamente o índice de Desempenho. Portant=
o, a
redução dessas pequenas paradas pode ser alcançada por meio de treinamentos
adequados aos operadores e auxiliares de produção, orientando-os a atuar com
segurança e maior eficiência no manuseio.
Quanto às Quebras, as per=
das
estão relacionadas ao tipo de manutenção do equipamento. Atualmente não exi=
ste
plano de manutenção preventiva ou preditiva, sendo realizadas apenas manute=
nções
corretivas na máquina estudada. Outro fator relevante é que o equipamento já
foi modificado anteriormente, incluindo alterações no sistema das rodas de
arraste do aço, nos tipos de rolamentos utilizados e até reutilização de ro=
das,
o que demanda reparos e ajustes para manter o funcionamento adequado do
sistema. Essas intervenções, normalmente são realizadas pelo próprio Operad=
or
da Máquina.
Plano
de ação
O plano de ação é essenci=
al
para o planejamento e execução de atividades que visam melhorar a
disponibilidade e o desempenho da linha de produção de aço cortado e dobrad=
o.
Para esta pesquisa, o plano foi elaborado conforme a metodologia 5W1H, comp=
osta
por seis perguntas básicas, segundo a tradução: O quê? Porquê? Quem? Quando?
Como? E Onde? Assim, o quadro do plano de ação proposto, pode ser visualiza=
do
na Figura 5.
Figura 6 - Plano de Ação 5W1H para melhorias na linha de produção
Fonte: Elaboração de autoria própria (2024)
Com base no que foi
apresentado, as ações propostas foram desenvolvidas por meio do escopo do 5=
W1H.
Dentre elas, destacam-se as melhorias mais relevantes voltadas ao aumento do
índice de Desempenho do equipamento, como a realocação adequada dos operado=
res
de máquinas aos seus postos de trabalho e o treinamento para fixação das Or=
dens
de Produção (etiquetas).
Quanto ao índice de Disponibilidade, sugerem-se as ações voltadas à
implementação do planejamento de manutenção preventiva, à redução do tempo =
de
inicialização da máquina por mei=
o de
um check-list inicial, e à aplicação da metodologia SMED para o=
s> reduzir
o tempo de setup na troca das bobinas de aço. Portanto as ações
sugeridas na Figura constituem ferramentas essenciais para orientar a gestã=
o da
empresa na busca pela melhoria da eficiência dos processos e servem como di=
retrizes
estratégicas, com base nas necessidades identificadas neste estudo.<=
span
style=3D'font-size:10.0pt;line-height:150%;font-family:"Myriad Pro",sans-se=
rif;
mso-bidi-font-family:Arial;border:none windowtext 1.0pt;mso-border-alt:none=
windowtext 0cm;
padding:0cm;background:white;mso-no-proof:yes'>
Considerações
finais
Os resultados obtidos evidenciaram que a implementação do OEE pode lev=
ar a
ganhos expressivos na produtividade operacional e auxiliar na redução de de=
sperdícios.
No caso da empresa em estudo, foi observado que a máquina analisada obteve =
desempenho
correspondente ao nível de OEE =3D 68,04%, o que representa um resultado “B=
om”
mas que ainda apresenta elevado potencial para alcançar índices superiores.=
Dessa
maneira, o acompanhamento do OEE deve ser constante, pois por meio desse
indicador é possível realizar a tomada de decisões com base em dados
atualizados. Além disso, devido à complexidade do cálculo, recomenda-se que=
sua
obtenção seja automatizada, a fim de assegurar a confiabilidade dos resulta=
dos.
Os cálculos que foram realizados, aliados ao mapeamento do processo
produtivo, permitiram compor uma análise detalhada das perdas, identificand=
o os
pontos de melhoria e propondo medidas por meio da ferramenta 5W1H, conforme=
as
necessidades da empresa. Para isso, a execução completa do plano de ação se=
rá
fundamental, pois ele visa aumentar a eficiência operacional, principalmente
nos quesitos de Desempenho e Disponibilidade do equipamento.
No entanto, a introdução do OEE também revelou algumas limitações. Ent=
re elas,
destaca-se a duração da pesquisa, que foi realizada em um período de cinco =
semanas,
e também a quantidade de máquinas estudas, limitada a apenas um equipamento.
Também é possível citar os fatores relativos à escassez de literatura espec=
ífica
voltada ao setor de Corte e Dobra de Aço. Devido a isso, foi necessário
realizar comparações com outros trabalhos, de outros setores mais generalis=
tas
da indústria, a fim de confrontar e embasar melhor os resultados obtidos ne=
ste
estudo de caso.
Para trabalhos futuros, sugere-se a ampliação do estudo para outras li=
nhas
de produção da empresa, de modo a validar a eficácia do OEE em diferentes
contextos operacionais e em diferentes equipamentos. Também será necessário
realizar periodicamente novos cálculos do OEE na mesma máquina, para avalia=
r se
as sugestões apresentadas no plano de ação, promoveram a melhorias n=
a eficiência
operacional. Portanto, recomenda-se realizar, inicialmente a cada três mese=
s um
novo estudo para avaliar o OEE global, com o intuito de monitorar continuamente o desempenho do equipamento e orie=
ntar
melhorias contínuas.=
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Santos; Thiago Magalhães Amaral
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Nascimento Bezerra; Ana Cristina Gonçalves Castro Silva; Pedro Vieira Souza
Santos; Thiago Magalhães Amaral
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