MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01DC531E.7C8F6990" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01DC531E.7C8F6990 Content-Location: file:///C:/26696716/1876.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
Perspectives in Workplace Safet=
y:
an essay based on prominent models of Safety Behavior
|
Carlos Manoel Lopes Rodrigues https://orcid.org/0000-0002=
-5188-7110 |
=
Doutor em Psicologia Social, do Trabal=
ho e
das Organizações, Centro Universitário de Brasília (CEUB) – Brasil.
prof.carlos.manoel@gmail.com |
|
Cristiane=
Faiad https://orcid.org/0000-00=
02-8012-8893 |
Doutora
em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, Universidade de
Brasília (UnB) – Brasil. crisfaiad@gmail.com |
RESUMO
Os modelos teóricos para o estudo do comportamento seguro no trabalho
são importantes do ponto de vista científico, social e econômico, tanto como
recursos orientadores no processo da pesquisa científica, quanto para subsi=
diar
intervenções mais racionais e baseadas em evidências. Assim, o objetivo des=
se
ensaio é analisar quatro modelos teóricos proeminentes utilizados na
compreensão do comportamento seguro no trabalho: a Teoria da Ação
Planejada, o Behavior-Based Safety Model, o Physical<=
/i>
and Psychosocial Workplace Safety e o Integrated Safety Model=
i>. Cada modelo é apresentado em se=
us
pressupostos e características principais, bem como em suas limitações.
Conclui-se que os modelos mais recentes que propõem a integração de variáve=
is
micro, meso e macro-organi=
zacionais
apresentam maior potencial teórico, apesar de ainda pouco explorados
empiricamente nos contextos internacional e nacional, o que representa uma
lacuna importante a ser preenchida.
Palavras-chave: comportamento seg= uro; segurança no trabalho; saúde ocupacional; fatores psicossociais no trabalho. <= /p>
ABSTRACT
Theoretical models for
studying safety behavior at work are important from a scientific, social and
economic point of view, both as guiding resources in the scientific research
process and to support more rational and evidence-based interventions. Ther=
efore,
the objective of this essay is to analyze four prominent theoretical models
used in understanding the safety behavior at wor=
k: the
Theory of Planned Behavior, the Behavior-Based Safety Model, the Physical a=
nd
Psychosocial Workplace Safety, and the Integrated Safety Model. Each model =
is
presented in its main assumptions and characteristics, as well as limitatio=
ns.
It is concluded that the most recent models that propose the integration of
micro, meso and macro-organizational variables =
have
greater theoretical potential, despite still being litt=
le
explored empirically in the international and national context, which
represents an important gap to be filled.
Keywords: safety behavi=
or; safety
workplace; occupational health; psychosocial factors at work.
Recebido
em 22/02/2024. Aprovado em 17/10/2=
025.
Avaliado pelo sistema double blind
https://doi.org/10.22279/navus.v16.1876
1 INTRODUÇÃO
No campo da prevenção de acidentes de trabalho, as questões relativas ao comportamento humano na situação de trabalho, especialmente, quando há a presença de risc= os eminentes é ponto de interesse de pesquisadores, organizações, governos e trabalhadores (Bley, 2014; Hovden et al., 2010)= . Este interesse remonta aos estudos de Heinrich em 1931 sobre a cadeia de antecedentes de acidentes e seu destaque ao comportamento humano no trabalh= o, como desencadeador principal de acidentes e, consequentemente, o foco sobre= o qual a prevenção deve ser construída (Hofmann et al., 2017; Manuele, 2011).
Apesar das c= ríticas, a valorização excessiva que Heinrich atribui às causas psicológicas dos acidentes de trabalho (Manuele, 2011) e ao disc= urso do fator humano como exclusivo ponto problemático, seu trabalho inaugura to= da uma agenda de pesquisa. A identifi= cação do papel do comportamento dos trabalhadores nos acidentes e dos determinant= es ambientais e organizacionais desses comportamentos, tornou-se o foco da pesquisa no campo da prevenção de acidentes (Beus et al., 2016; Hovden et al., 2010).
Dessa forma,= a pesquisa sobre comportamento seguro tem se baseado em uma definição difundi= da de um conjunto de comportamentos dirigidos à identificação e controle dos riscos presentes no ambiente laboral com foco na redução da ocorrência de acidentes ou outros danos (Barros-Delben et al., 2020; Bley, 2014; Marchand= et al., 1998). O comportamento seguro seria composto ainda de duas dimensões, a primeira representada pela concordância e seguimento das normas de seguranç= a (compliance) e a segunda pelos comportamentos ativos de participação nas ações de segura= nça (Marchand et al., 1998; Neal & Griffin, 2006). Apesar da definição do comportamento seguro apresentar-se mais estabelecida, a relação das demais variáveis organizacionais e dos trabalhadores e de como contribuem para o comportamento seguro ainda se mostra um campo de intensos debates. Nesse cenário o desenvolvimento de modelos teóricos para o estudo do comportamento seguro no trabalho é de grande importância científica, social e econômica.<= /span>
Do ponto de = vista científico, modelos teóricos permitem uma melhor compreensão dos processos psicológicos, sociais e organizacionais envolvidos no comportamento seguro = no trabalho (Hovden et al., 2010). Esses modelos a= judam a identificar as variáveis que influenciam o comportamento seguro e a enten= der como essas variáveis se inter-relacionam. Isso permite a realização de estu= dos mais precisos e controlados, que podem levar a uma melhor compreensão dos fatores que contribuem para o comportamento seguro. Além disso, modelos que buscam prever o comportamento seguro no trabalho possuem o potencial de subsidiarem ações para promover ambientes de trabalho mais seguros e saudáv= eis, e por sua capacidade de reduzir os custos associados aos acidentes de traba= lho (Beus et al., 2016; Hovden et al., 2010). Em uma perspectiva macro, a existência de modelos com bom acúmulo de evidências qu= e o suporte pode favorecer o desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências no campo as Saúde e Segurança no Trabalho (SST).
Como indicado por Hofmann et al. (201= 7) as primeiras abordagens teóricas sobre a segurança no trabalho adotaram como unidade de análise o trabalhador individual, para depois partir para o estu= do do contexto organizacional e consequente complexificação das técnicas de pesquisa e dos modelos produzidos. Os modelos at= uais, dessa forma, tentam abarcar o maior número possível de variáveis e integrá-= las.
Dentre os mo=
delos
mais conhecidos no campo da segurança, destacam-se o Modelo de Comportamento
Seguro a partir da Teoria da Ação Planejada (TAP), o <=
i>Behavior-Based
Safety Model (BBS), o =
Physical
and Psychosocial Workplace Safety (PPWS), e o Integrated Safety=
Model
(ISM). Nessa perspectiva, este artigo tem por objetivo apresentar as princi=
pais
características, pressupostos e limitações desses quatro modelos teóricos r=
elacionados
ao comportamento seguro no trabalho. A delimitação desses quatro modelos pa=
ra
exploração neste estudo se baseou na difusão do uso do modelo no campo da
segurança no trabalho, seja na pesquisa ou na intervenção no caso da TAP e =
do
BBS (Aziz et al., 2021; Spigener et al., 2022) =
e na
amplitude do modelo ao incluir variáveis de natureza individual, coletivas e
contextuais, como o PPWS e o ISM (Weaver et al., 2023; Yaris
et al., 2020).
2 MODELO DE COMPORTAMENTO SEGURO A PARTIR DA TEORIA DA AÇÃO PLANEJADA
A Teoria da Ação Planejada (TAP) é um modelo
teórico amplamente utilizado para entender e prever o comportamento humano =
em
diversas áreas, incluindo a segurança no trabalho (Ajzen, 1991, 2020). Esse
modelo postula que o comportamento humano é determinado pelas intenções
comportamentais, que são influenciadas por três fatores principais: atitude=
s,
normas subjetivas e controle comportamental percebido.
Na TAP, as atitudes referem-se às avaliações
positivas ou negativas que as pessoas fazem em relação ao comportamento em
questão, no caso, comportamento seguro no trabalho (Fogarty & Shaw, 201=
0;
Guerin & Toland, 2020). As atitudes são baseadas nas crenças que as pes=
soas
têm sobre as consequências do comportamento seguro no trabalho. Se as pesso=
as
acreditam que o comportamento seguro no trabalho pode prevenir lesões e doe=
nças
ocupacionais, elas tendem a ter uma atitude positiva em relação a esse comp=
ortamento.
As
normas subjetivas compreendem as pressões sociais que as pessoas sentem para
realizar ou não um comportamento (Ajzen, 2020). Elas se baseiam nas
crenças que as pessoas têm sobre a opinião dos outros — como colegas de
trabalho, supervisores e familiares — acerca do comportamento seguro no
trabalho. Se as pessoas acreditam que a maioria das pe=
ssoas
importantes para elas aprova o comportamento seguro no trabalho, elas tende=
m a
sentir mais pressão social para adotar esse comportamento (Fogarty & Sh=
aw,
2010; Guerin & Toland, 2020).
Já o controle comportamental percebido é ent=
endido
como a percepção das pessoas sobre a facilidade ou dificuldade em realizar =
um
comportamento. Esse fator está relacionado à percepção das pessoas sobre a
presença ou ausência de recursos, habilidades e oportunidades para realizar=
o
comportamento seguro no trabalho (Liu et al., 2020). Se as pessoas acreditam
que têm os recursos necessários, as habilidades e as oportunidades para
realizar o comportamento seguro no trabalho, elas tendem a sentir que têm m=
aior
controle sobre a adoção desse comportamento.
De acordo com o modelo TAP, a intenção de ad=
otar
um comportamento seguro no trabalho é um preditor importante desse
comportamento. Assim, o comportame=
nto
seguro no trabalho é influenciado pelas intenções comportamentais, que por =
sua
vez, são influenciadas pelas atitudes, normas subjetivas e controle
comportamental percebido. Compreender esses fatores pode ajudar as empresas=
a
identificar barreiras à adoção do comportamento seguro no trabalho e
desenvolver intervenções para promover uma cultura de segurança no local de
trabalho (Fogarty & Shaw, 2010).
Embora a TAP tenha sido aplicada com sucesso= em muitos contextos, existem algumas limitações quando se trata de segurança no trabalho. Algumas das principais limitações incluem a falta de consideração= da experiência passada e a falta de consideração de fatores externos que podem afetar o comportamento seguro no trabalho, levando a necessidade de modificações no modelo (Guerin & Toland, 2020; Peng & Chan, 2019).<= o:p>
A experiência passada pode influenciar
significativamente o comportamento seguro no trabalho. Por exemplo,
trabalhadores que foram expostos a situações de risco anteriormente podem t=
er
uma maior conscientização sobre a segurança no trabalho e estar mais propen=
sos
a adotar comportamentos seguros (N=
eal
& Griffin, 2006).
Além disso, ao não considerar fatores extern=
os,
como a cultura organizacional, as políticas e práticas de segurança e o
ambiente de trabalho, a TAP pode ter sua aplicabilidade reduzida, uma vez q=
ue
esses fatores podem influenciar significativamente a forma como os
trabalhadores se comportam em relação à segurança no trabalho (Beus et al.,
2016; Fogarty & Shaw, 2010; Peng & Chan, 2019).
3 Beha=
vior-Based
Safety Model
O Behavior-Based Safety Model (BBS) é=
um
modelo de segurança do trabalho que se concentra em comportamentos específi=
cos
dos trabalhadores que podem levar a incidentes e acidentes (Griffin & N=
eal,
2000; Spigener et al., 2022). O modelo busca identificar e modificar os
comportamentos inseguros dos trabalhadores, com o objetivo de reduzir a
frequência e a gravidade dos acidentes de trabalho.
O modelo BBS é baseado em duas premissas
fundamentais: a) comportamentos seguros e inseguros e b) mudança de
comportamento (Geller, 2001, 2005; Spigener et al., 2022; Weaver et al., 20=
23).
Comportamentos seguros e inseguros referem-se ao fato de que os comportamen=
tos
dos trabalhadores são determinantes para a segurança no ambiente de trabalh=
o.
Comportamentos seguros podem prevenir acidentes, enquanto comportamentos
inseguros podem causá-los. Além disso, a mudança de comportamento se baseia=
na
premissa de que os comportamentos dos trabalhadores podem ser modificados p=
or
meio de treinamento e feedback, a fim de aumentar a segurança no local de
trabalho.
O modelo BBS tem característica eminentemente
interventiva e envolve uma série de etapas (Geller, 2001; Spigener et al.,
2022; Thieme, 2020). A primeira etapa consiste na observação do comportamen=
to
com objetivo de identificar comportamentos inseguros que possam levar a
acidentes. A observação é realizada de forma sistemática e com base em
critérios previamente definidos. A segunda etapa consiste no feedback quand=
o a
equipe de segurança fornece retorno aos trabalhadores observados, destacando
comportamentos inseguros e propondo sugestões para melhorias. Esta etapa é
seguida da intervenção a partir dos comportamentos inseguros identificados,
para os quais a equipe de segurança desenvolve um plano de intervenção para
modificar esses comportamentos. Isso pode incluir treinamento, revisão de
procedimentos ou mudanças no ambiente de trabalho. Após a intervenção, a eq=
uipe
de segurança monitora o comportamento dos trabalhadores a fim de verificar =
se
as mudanças estão sendo efetivas (Geller, 2005). O modelo BBS também enfati=
za a
importância da comunicação entre os trabalhadores e a equipe de segurança, a
fim de identificar riscos e problemas de segurança.
Spigener et al. (2022), ao revisarem a liter=
atura
sobre programas baseados no BBS, encontraram resultados variáveis em relaçã=
o à
sua eficácia. Alguns estudos relataram resultados positivos, como diminuiçã=
o de
incidentes e lesões, enquanto outros não encontraram melhorias significativ=
as
ou mesmo consequências negativas, como aumento de lesões.
Frente a isso, os autores concluíram que os
programas BBS podem ser eficazes na melhoria dos resultados de segurança qu=
ando
implementados corretamente. Os fatores centrais que contribuem para program=
as
de BBS bem-sucedidos, incluem suporte à liderança, envolvimento e proprieda=
de
dos funcionários, foco no reforço positivo e melhoria contínua, ao passo qu=
e os
programas BBS podem ser ineficazes ou mesmo prejudiciais quando não
implementados corretamente. Além disso, as intervenções com base no BBS não
devem ser usadas como um substituto para a identificação e controle de risc=
os
ou como uma forma de transferir a responsabilidade pela segurança para os
trabalhadores.
O modelo BBS tem sido amplamente utilizado e=
m todo
o mundo para melhorar a segurança no local de trabalho (Al-Hemoud &
Al-Asfoor, 2006; Aziz et al., 2021; Spigener et al., 2022), mas com predomí=
nio
de sua aplicação no setor industrial (Thieme, 2020). No entanto, alguns
pesquisadores apontam que o modelo tem limitações, como o foco exclusivo em
comportamentos individuais e a falta de consideração de fatores organizacio=
nais
e culturais que podem influenciar a segurança no trabalho (Weaver et al., 2=
023).
Como salientado por Thieme (2020), há a necessidade de hierarquizar as dive=
rsas
expressões do comportamento seguro alinhando-as aos níveis de responsabilid=
ade
dos diversos atores organizacionais. Assim, faz-se possível uma compreensão
global da complexidade de comportamento seguro que possibilite a promoção e
manutenção do comportamento seguro de forma efetiva e duradoura.
As principais limitações se referem a detecç=
ão de
riscos, uma vez que o BBS se concentra principalmente em comportamentos
individuais, e pode não ser capaz de detectar riscos ambientais ou de proce=
sso
(Yaris et al., 2020). Em decorrência desse caráter individualizado, o BBS p=
ode
não ser adequado para todas as indústrias ou locais de trabalho. Alguns
trabalhos podem exigir habilidades técnicas ou físicas específicas que não
podem ser facilmente avaliadas com base no comportamento (Guerin et al., 20=
18;
Guerin & Toland, 2020).
4 Physical and Psychosocial Workplace Safety
O Physical and Psychosocial Workplace Saf=
ety
(PPWS) é um modelo teórico desenvolvido por Yaris et al. (2020) para avalia=
r a
segurança física e psicossocial no local de trabalho. Esse modelo considera
tanto os riscos físicos (por exemplo, quedas, lesões por esforço repetitivo,
exposição a produtos químicos) quanto os riscos psicossociais (por exemplo,
estresse, assédio moral e sexual, conflitos interpessoais). O modelo PPWS é
dividido em quatro dimensões – fatores ambientais, fatores organizacionais,
fatores individuais e fatores sociais, dessa forma sendo caracterizado como=
um
modelo da base psicossocial (Weaver et al., 2023).
Os fatores ambientais englobam os fatores fí=
sicos
do ambiente de trabalho, como iluminação, temperatura, ruído, equipamentos e
layout do espaço de trabalho. Esses fatores podem afetar a segurança física=
dos
trabalhadores e devem ser adequadamente gerenciados para prevenir acidentes=
e
lesões. Já os fatores organizacionais referem-se aos fatores relacionados à
organização do trabalho, como a cultura de segurança, o treinamento, a
supervisão e as políticas e procedimentos de segurança. Esses fatores podem=
influenciar
a segurança física e psicossocial dos trabalhadores e devem ser adequadamen=
te
gerenciados para prevenir acidentes e lesões.
A dimensão de fatores individuais compreende=
as
características individuais dos trabalhadores, como habilidades, experiênci=
a,
atitudes e comportamentos de segurança. Esses fatores podem influenciar a
segurança física e psicossocial dos trabalhadores e devem ser adequadamente
gerenciados para prevenir acidentes e lesões. E a última dimensão abarca os
fatores sociais do ambiente de trabalho, como o relacionamento entre colega=
s, a
comunicação e a cultura organizacional. Esses fatores podem influenciar a s=
egurança
psicossocial dos trabalhadores e devem ser adequadamente gerenciados.
O modelo PPWS enfatiza que a segurança no lo=
cal de
trabalho deve ser avaliada considerando tanto os riscos físicos quanto os
psicossociais (Yaris, 2021; Yaris et al., 2020). Além disso, o modelo desta=
ca
que a segurança no local de trabalho é uma responsabilidade compartilhada e=
ntre
a organização e os trabalhadores, e que medidas preventivas devem ser tomad=
as
em todas as dimensões do ambiente de trabalho para garantir a segurança e o
bem-estar dos trabalhadores. Contudo, como afirmam os autores do modelo, ai=
nda
há necessidade de verificação da adequação do modelo ao mundo real (Weaver =
et
al., 2023; Yaris, 2021; Yaris et al., 2020).
O teste empírico inicial do modelo identific=
ou
algumas dificuldades em encontrar índices de ajuste estáveis, porém abriu
caminho para adequações e melhorias em curso, inclusive com melhor
desenvolvimento das estratégias de avaliação das variáveis do modelo (Yaris=
et
al., 2020). Ademais, a recência do modelo implica em menor número de pesqui=
sas
conduzidas baseadas em seus pressupostos que permitam avaliar seu poder
explicativo.
Em uma revisão sobre os efeitos psicossociai=
s e
suas influências na segurança no trabalho Derdowski e Mathisen (2023)
identificaram que fatores psicossociais têm um impacto significativo nos
resultados de segurança em indústrias de alto risco. Especificamente, o est=
udo
constatou que fatores organizacionais, como liderança, cultura de segurança=
e
demandas de trabalho, foram os fatores psicossociais mais comumente estudad=
os e
foram consistentemente associados a resultados positivos de melhoria na
segurança.
Os autores incluem o PPWS como uma das abord=
agens
passíveis de cobrir este conjunto de variáveis, entretanto, indicam que nes=
sa
perspectiva de inclusão de fatores psicossociais mais pesquisas são necessá=
rias
para entender melhor a complexa relação entre fatores psicossociais e
resultados de segurança e desenvolver intervenções eficazes para abordar es=
ses
fatores. No entanto, o modelo ainda é muito recente e, por conseguinte o
impacto, principalmente no meio acadêmico ainda (em fevereiro de 2023 o man=
uscrito
de apresentação do modelo havia sido citado 26 vezes).
Outro desafio ao modelo PPWS consiste na var=
iação
de fatores psicossociais identificados como fatores de risco. Por exemplo,
Weaver et al. (2023)conduziram uma revisão de escopo para explorar abordage=
ns
baseadas fatores psicossociais e identificaram um grande número de variáveis
caracterizadas como de natureza psicossocial, bem como uma variabilidade na
qualidade dos resultados obtidos pelos estudos em razão de limitações
metodológicas dos estudos incluídos. Dessa forma, o desenvolvimento de um
modelo com base em fatores psicossociais passa pela melhor identificação das
variáveis que compõem o modelo.
5 <=
i>Integrated
Safety Model
Beus et al. (2016),
a partir de uma extensa revisão sobre segurança no trabalho, desenvolveram =
um
modelo que sintetiza as evidências apresentadas nos artigos analisados,
denominado modelo de Integrated Safety Model (ISM). Os autores propõ=
em o
comportamento seguro como indicador de segurança no trabalho no referido mo=
delo.
Essa proposta do comportamento seguro como indicador principal ao invés dos
acidentes de trabalho baseia-se no fato de que os acidentes são indicativos=
de
falta de segurança, mas a sua ausência não é obrigatoriamente indicadora de
segurança. Além disso, nem todos os incidentes em uma organização resultam =
em
acidentes. Ademais, a não ocorrência de acidentes pode ser apenas pelo fato=
de
serem raros naquele contexto. Por exemplo, em uma organização com atividades
exclusivamente administrativas a baixa ocorrência de acidentes não
necessariamente indica a presença de segurança no trabalho, mas apenas que =
os
acidentes nessas atividades têm baixa frequência de ocorrência.
Os autores apresentam uma abordagem abrangen=
te
para a segurança ocupacional que incorpora teorias e modelos existentes em =
uma
estrutura única e integrada. O ISM é projetado para ajudar as organizações a
entender e abordar os fatores complexos que contribuem para lesões e aciden=
tes
no local de trabalho e para desenvolver estratégias eficazes para promover =
um
ambiente de trabalho seguro e saudável, incluindo variáveis psicossociais,
contextuais e individuais.
O ISM consiste em três componentes principai=
s:
antecedentes, comportamento de segurança e resultados. Os antecedentes
referem-se aos fatores situacionais e individuais que contribuem para o
comportamento de segurança. Isso inclui fatores como demandas de trabalho,
recursos de trabalho, características do trabalhador e fatores organizacion=
ais,
considerados antecedentes distais. Esses antecedentes podem influenciar a
motivação dos funcionários para se engajar em um comportamento seguro, bem =
como
na aquisição de conhecimento sobre segurança, indicada como um antecedente
proximal do comportamento seguro (Beus et al., 2016).
O segundo componente do ISM é o comportament=
o de
segurança, considerado indicador principal do modelo, que se refere às açõe=
s e
decisões que os funcionários tomam em relação à segurança no local de traba=
lho.
Assim enfatiza-se a importância de entender a natureza complexa do
comportamento de segurança e a necessidade de abordar vários fatores que
contribuem para isso (Beus et al., 2016).
O terceiro e último componente do ISM são os
resultados, que se referem ao impacto geral do comportamento de segurança no
desempenho organizacional e no bem-estar dos funcionários. Isso inclui
resultados como taxas de lesões, absenteísmo e satisfação no trabalho defin=
idos
como indicadores “com atraso”. O ISM, como um modelo que inclui fatores
psicossociais incorre que a promoção da segurança no local de trabalho não é
importante apenas para prevenir lesões e acidentes, mas também para melhora=
r o
desempenho organizacional geral e o bem-estar dos funcionários (Derdowski &=
amp;
Mathisen, 2023).
Um dos principais pontos fortes do ISM é sua
ênfase na interconexão de diferentes fatores que contribuem para a seguranç=
a no
local de trabalho. O ISM integra variáveis no nível organizacional/grupal e
individual, indicando as relações entre os conjuntos de variáveis e os níve=
is
na predição do comportamento seguro. Na elaboração do ISM, os autores avali=
aram
os modelos teóricos subjacentes aos estudos analisados, bem como a qualidad=
e e
quantidade de evidências que corroborassem as ligações entre as variáveis a=
presentadas
no modelo (Figura 1).
Figu=
ra 1
Integrated Safety Model (ISM=
)
Nota: Adaptado
de Beus et al. (2016, p. 3). A linha tracejada indica a mudança entre nívei=
s.
As setas tracejadas indicam relações com menos evidências acumuladas e as s=
etas
cheias indicam relações com maior número de evidências acumuladas.
Beus et al. (2016) identificaram três aportes
teóricos explicativos presentes nos trabalhos que dão suporte ao modelo: a)=
Job
Performance Theory, b) o modelo demanda-recursos, e c) o modelo de clima
organizacional. O enfoque a partir do modelo demanda recursos deriva dos
estudos que avaliam os efeitos da sobrecarga de trabalho ou exposição a
estressores ocupacionais, decorrentes de políticas ou práticas de segurança
deficitárias, sobre a emissão do comportamento seguro (Derdowski &
Mathisen, 2023). Já os estudos baseados exclusivamente em modelos de clima
organizacional se limitam às relações entre expectativas de recompensa (fat=
or
individual) e as práticas organizacionais relativas à segurança expressas p=
elo
clima de segurança (fator contextual) sobre os padrões de comportamento
relacionado à segurança (Zohar et al., 2015; Zohar & Luria, 2003).
Especificamente em relação ao comportamento
seguro, o ISM apresenta uma sequência para predição a partir da Job Perform=
ance
Theory (Liu et al., 2020; Neal & Griffin, 2006), na qual fatores
contextuais e individuais interagem com as variáveis conhecimento de segura=
nça,
habilidades e motivação para segurança que antecedem o comportamento seguro=
e o
comportamento inseguro. O recorte a partir da Job Performance Theory aprese=
nta
maior amplitude em comparação às outras duas perspectivas teóricas, como
ressaltado pelos autores do ISM.
No entanto, Beus et al. (2016) indicam que n=
em
todas as relações indicadas no ISM apresentam o mesmo nível de evidências q=
ue
as corroborem.
A identificação das interações entre os fatores organizacionais e
individuais ainda necessita ser explicitada, bem como os
mecanismos subjacentes a emergência dos efeitos no nível individual a partir
das variáveis contextuais. Além disso, os fatores de personalidade até o
momento estudados têm se centrado em fatores “positivos” como conscienciosi=
dade
e extroversão (Beus et al., 2015; DePasquale & Geller, 1999), e,
principalmente, como fatores de personalidade se relacionam com a motivação
para segurança (Bley, 2014; Neal & Griffin, 2006; Zohar et al., 2015). =
Além
disso, o efeito da interação entre esses fatores e as dimensões do
comportamento seguro não estão claras quando consideradas todas juntas, uma=
vez
que o ISM é um modelo derivado de um processo de revisão, nem todas as rela=
ções
previstas apresentam ainda a mesma quantidade de evidências empíricas que o
corroborem, ao mesmo tempo, esta limitação do ISM figura como um ponto para
exploração em novos estudos.
6 Discussão
Em termos de limitações a abordagem do
comportamento seguro pela TAP apresenta como principal limitação se concent=
rar
principalmente nas intenções do indivíduo em relação ao comportamento segur=
o e sem
considerar adequadamente outros fatores, como as pressões do ambiente de =
trabalho
e a influência social (Ajzen, 1991). Além disso, essa teoria assume que as
pessoas são totalmente racionais e tomam decisões com base em uma avaliação
cuidadosa das consequências de suas ações, o que nem sempre ocorre na práti=
ca.
De forma similar a TAP, o BBS se concentra na
mudança de comportamento individual, sem levar em consideração fatores
organizacionais mais amplos que também influenciam a segurança no trabalho
(Derdowski & Mathisen, 2023; Thieme, 2020). Além disso, esse modelo pode
criar uma cultura de culpabilização, onde os trabalhadores são
responsabilizados por acidentes, independentemente de sua culpa ou
responsabilidade real.
Como tentati=
va de
superar o foco excessivo sobre os trabalhadores o PPWS, apesar =
de
promissor ainda necessita ser melhorado quanto a abordagem dos fatores
psicossociais, como estresse e assédio no local de trabalho. Além disso, es=
se
modelo pode não levar em conta as diferenças individuais e culturais na
percepção do risco e na tomada de decisão.
Embora o ISM tenha como objetivo superar as
limitações dos modelos anteriores, ele ainda é relativamente novo e requer =
mais
pesquisa e validação empírica antes de ser amplamente adotado. Além disso, =
como
é um modelo abrangente, pode ser mais difícil de aplicar na prática,
especialmente em organizações menores ou com menos recursos.
Em geral, todas essas abordagens têm limitaç=
ões e
não devem ser vistas como soluções únicas para melhorar a segurança no
trabalho. Em vez disso, é importante adotar uma abordagem integrada que lev=
e em
consideração uma variedade de fatores, incluindo as condições físicas do
ambiente de trabalho, fatores psicossociais, cultura organizacional e
influência social, para criar um ambiente de trabalho seguro e saudável para
todos os trabalhadores.
7 Considerações Finais
Ao longo do tempo, a abordagem para o
comportamento seguro no trabalho evoluiu de uma perspectiva mais
"punitiva" para uma abordagem mais colaborativa e proativa. As
primeiras tentativas de promover um comportamento seguro se concentravam pr=
incipalmente
em punir os funcionários por não seguirem as regras de segurança, mas isso
provou ser ineficaz na prevenção de acidentes (Hofmann et al., 2017; Manuel=
e,
2011).
De teorias individualistas para os primeiros
modelos de estudo comportamento seguro, com o tempo, os modelos de
comportamento seguro se tornaram mais sofisticados, envolvendo uma abordage=
m de
gerenciamento de riscos baseada em evidências (Derdowski & Mathisen, 20=
23;
Hofmann et al., 2017). Em vez de apenas focar nos erros e violações, esses
modelos buscam entender os fatores que levam as pessoas a se comportarem de
determinadas maneiras, a fim de criar um ambiente de trabalho mais seguro
(Derdowski & Mathisen, 2023; Hovden et al., 2010; Liu et al., 2020).
Nesse contexto, os modelos de comportamento =
seguro
no trabalho são fundamentais para compreender e prever o comportamento dos
trabalhadores em relação à segurança no ambiente laboral (Aziz et al., 2021;
Spigener et al., 2022; Weaver et al., 2023). Estes modelos permitem identif=
icar
fatores que influenciam o comportamento dos trabalhadores em relação à
segurança no trabalho (Hovden et al., 2010). Este processo é fundamental pa=
ra
desenvolver estratégias de intervenção eficazes que possam melhorar a segur=
ança
no trabalho e permitirem avaliar a eficácia das estratégias já utilizadas de
intervenção para melhorar a segurança no trabalho (Barros-Delben et al., 20=
20;
Hovden et al., 2010)
Os modelos mais recentes – PPWS (Yaris, 2021;
Yaris et al., 2020) e ISM (Beus et al., 2016) apresentam uma proposta de
integração de variáveis micro, meso e macro-organizacionais buscando
preencher lacunas deixadas pelos modelos tradicionais.
Em especial o ISM apresenta uma proposta teórica a partir dos dados disponí=
veis
oriundos de pesquisas anteriores e ressalta, principalmente as relações ent=
re
variáveis que ainda necessitam de aprofundamento, fornecendo uma fonte
relevante de perguntas para novos estudos. Além disso o ISM engloba a
perspectiva de variáveis de segurança física e psicossocial do PPWS dentro =
do
recorte referente ao modelo Demanda-Recursos
Entretanto, ressalta-se que mesmo os
modelos mais recentes — e particularmente o ISM e o PPWS — ainda foram pouco
explorados em nosso contexto nacional. Algumas poucas
exceções podem ser encontradas nos trabalhos de Barros-Delben et al. (2020),
Bley (2014) e Thieme (2020). Esta =
é uma
lacuna importante, pois a realidade das condições de trabalho, organização =
dos
trabalhadores e até da legislação trabalhista em nosso meio diferirem
substancialmente dos contextos em que estes modelos têm se desenvolvido, pr=
edominantemente
norte-americano, europeu e em alguns setores produtivos na Ásia (Aziz et al=
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2021; Liu et al., 2020; Weaver et al., 2023).
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ISSN 2237-4558
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XX-XX • abr./jun. 2019 |
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