Mariângela Poleza

Doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Brasil. mapoleza@outlook.com

Guillermo Antonio Dávila

Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Brasil. davila.guillermo@gmail.com

Divino Ignácio Ribeiro Junior

Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade do Estado de Santa Catarina (UFSC) – Brasil. divinoirj@gmail.com

ABSTRACT

Keywords: Knowledge management. Health organization. CommonKADS. Knowledge Engineering. Case study.


 

Etapa

Objetivo

Como?

Com quem?

Resultado

1

Caracterizar a dinâmica do processo de compartilhamento de conhecimento

Observação não participante

Recepcionistas e equipe multidisciplinar

(11 pessoas)

CommonKADS: Planilha OM-1

Entrevista

semiestruturada

Administradora da clínica

2

Mapear ativos de conhecimento e tarefas intensivas em conhecimento

Entrevista

semiestruturada

Administradora da clínica

CommonKADS: Planilha OM-2

Planilha OM-3 Planilha OM-4

3

Analisar a viabilidade da solução proposta

Entrevista semiestruturada

Administradora da clínica

CommonKADS: Planilha OM-5

Quadro 2Planilha de problemas e oportunidades

Modelo da Organização

Planilha de problemas e oportunidades – OM-1

Problemas e Oportunidades

Problemas:
- Conhecimento não explicitado

- Conhecimento sem possibilidade de reuso

- Memória organizacional não preservada

Oportunidades:
- Crescimento intelectual dos profissionais

- Otimização dos processos internos

- Inovação nos serviços prestados

- Comunicação facilitada

Contexto Organizacional

Missão: Promover saúde através da ciência que vai além do diagnóstico e tratamento, contribuindo para o desenvolvimento da plenitude física, através de um olhar sensível e dedicado para a compreensão do ser humano como um todo, com as suas características e objetivos ímpares, em favor de um corpo mais livre e espontâneo que possibilite a expressão da verdadeira essência humana.

Observação: foi autorizado, para divulgação neste trabalho, apenas parte das informações referentes ao contexto organizacional, devido ao sigilo de informações estratégicas solicitado pela administradora da clínica.

Soluções

- Utilização de práticas de GC (storytelling, mentoring, comunidade de práticas etc.) e agentes computacionais (plataformas colaborativas, e-mail, sistemas especialistas etc.) para codificação, estruturação e armazenamento do conhecimento.

Fonte: elaborado pelos autores (2019) baseado em Schreiber et al. (2000).

 

 

 

 

 

 


 

Quadro 3Descrição da área foco do problema

Modelo da Organização

Descrição da área foco do problema – OM-2

Estrutura

Processo

Pessoas

- Paciente

- Recepcionista

- Equipe multidisciplinar (educadores físicos, fisioterapeutas, massoterapeuta, naturóloga e nutricionista).

Recursos

- Equipamentos e materiais: computador, telefone, máquina fotográfica, data show, equipamentos, materiais e acessórios diversos*.

- Softwares e recursos online: e-mail, agenda de marcação de atendimentos, base de cadastro de clientes.

- Recursos impressos ou em papel: prontuário do paciente, termo de compromisso do paciente, receituário, parecer terapêutico e fotografia.

* Neste caso, utilizou-se um termo genérico devido a quantidade de equipamentos, materiais e acessórios utilizados nas práticas clínicas.

Conhecimento

- Conhecimentos técnicos no que diz respeito ao exercício profissional de cada membro da equipe multidisciplinar.

- Conhecimentos teóricos da área de atuação.

Cultura e Poder

- Valorização do compartilhamento de conhecimento entre os colaboradores, sendo que profissionais que não têm disponibilidade ou interesse em participar do grupo de estudos não são integrados à equipe e deixam de ser parceiros da clínica.

- Valorização da integração de técnicas e abordagens para tratamento dos pacientes.

- Centralização das atividades administrativas em uma única pessoa.

- Discussão sobre melhorias dos processos internos, que ocorre entre todos os colaboradores.

Fonte: elaborado pelos autores (2019) baseado em Schreiber et al. (2000).

Quadro 4 – Planilha de detalhamento de processos

Modelo da Organização

Planilha de detalhamento de processos – OM-3

Tarefa

Realizada por

Onde

Ativo de Conhecimento

Intensivo Sim/Não

Relevância

1 a 5

01

Coletar dados e informações do paciente

Recepcionista

Recepção

Inexistente

Não

4

02

Realizar anamnese

Equipe multidisciplinar

Consultório

Histórico pessoal

Sim

5

03

Realizar avaliação clínica

Equipe multidisciplinar

Consultório

Diagnóstico e
Indicação clínica

Sim

5

04

Aplicar intervenção terapêutica

Equipe multidisciplinar

Consultório

Resposta à intervenção terapêutica

Sim

5

05

Estudar o caso

Equipe multidisciplinar

Sala de Reuniões

Considerações e conclusões do grupo de estudos

Sim

5

06

Realizar avaliação clínica pós intervenção terapêutica

Equipe multidisciplinar

Consultório

Resultados da intervenção terapêutica

Sim

5

07

Orientar o paciente

Equipe multidisciplinar

Consultório

Considerações e conclusões da intervenção terapêutica

Sim

5

Fonte: elaborado pelos autores (2019) baseado em Schreiber et al. (2000).

 

Quadro 5 – Planilha de ativos de conhecimento

Modelo da Organização

Ativos de conhecimento – OM-4

Ativo de Conhecimento

Possuído por

Usado em

Forma correta?

Lugar correto?

No tempo correto?

Qualidade correta?

Histórico pessoal

Paciente

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Sim

Sim

Sim

Sim

Diagnóstico e
indicação clínica

Equipe multidisciplinar

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Sim

Sim

Sim

Sim

Resposta à intervenção terapêutica

Paciente e

equipe multidisciplinar

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Sim

Sim

Sim

Sim

Considerações e conclusões
do grupo de estudos

Equipe multidisciplinar

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Não

Não

Não

Não

Resultados da intervenção terapêutica

Paciente e

equipe multidisciplinar

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Sim

Sim

Sim

Sim

Considerações e conclusões da intervenção terapêutica

Equipe multidisciplinar

Fisioterapia, Nutrição, Naturologia, Pilates e/ou Massoterapia.

Sim

Sim

Sim

Sim

Fonte: elaborado pelos autores (2019) baseado em Schreiber et al. (2000).

 

Quadro 6 – Planilha de análise de viabilidade

Modelo da Organização

Checklist de viabilidade – OM-5

Viabilidade do Negócio

Com a possibilidade de retenção, compartilhamento e reuso do conhecimento de forma sistematizada e estruturada, os benefícios esperados para a organização referem-se à preservação da Memória organizacional e, consequente, melhoria na qualidade dos serviços prestados, aprendizagem organizacional, oportunidade de inovação e diferencial competitivo no setor em que atua. A execução do projeto exige disponibilidade de tempo e esforço intelectual para que se obtenha sucesso. Sugere-se a utilização de suporte tecnológico, como solução, especificamente uma plataforma colaborativa, que possibilite a retenção, o compartilhamento e o reuso do conhecimento. Serão necessárias mudanças organizacionais, pois o grupo de estudos necessitará de uma adaptação quanto ao registro do conhecimento compartilhado e, posteriormente, ao seu reuso, seja durante o grupo de estudos ou nas demais etapas do processo de atendimento ao paciente. Os riscos relacionam-se ao desvio de propósito da utilização da tecnologia proposta, como por exemplo, utilizá-la somente para registro de informações e não de conhecimento, bem como indisponibilidade de tempo e dedicação para manter a base de conhecimento atualizada. 

Viabilidade técnica

A tarefa executada pelo sistema baseado em conhecimento é de média complexidade, uma vez que precisa permitir a estruturação das informações e conhecimento a serem armazenados, facilitando assim o posterior reuso desses registros, assegurando praticidade em sua utilização. Os aspectos críticos envolvem disponibilidade de tempo e dedicação por parte dos envolvidos no projeto, para que ele ocorra de forma a solucionar o problema existente, e todos devem ter clareza quanto ao objetivo da plataforma colaborativa. A indicação de qualidade, validade e desempenho satisfatório do sistema de conhecimento está diretamente relacionada à capacidade de preservar o conhecimento organizacional de maneira prática e ágil, sendo que esta pode ser medida com a aplicação de questionários aos usuários da solução. A interface deverá ser pensada e elaborada com foco no usuário final, sendo de fácil usabilidade e o mais intuitiva possível. Não haverá interação da plataforma colaborativa com outros sistemas ou ferramentas utilizadas pela clínica, pois não existem técnicas disponíveis para interoperabilidade e integração entre eles. Por ser uma ferramenta online e gratuita, existe a possibilidade de haver uma descontinuidade de utilização da plataforma colaborativa, caso a mesma esteja indisponível.

Viabilidade do projeto

Os interessados no projeto (administradora e colaboradores da clínica) reconhecem o valor de gerenciar o conhecimento organizacional e os benefícios desta prática, por isso demonstram-se motivados a colaborar com a execução do mesmo. As expectativas em relação ao projeto são realistas, uma vez que a solução será pensada especificamente para o contexto organizacional existente. Os meios de comunicação necessários estarão disponíveis durante o projeto, possibilitando a interação entre os envolvidos sempre que necessário. O fato de as pessoas não se adaptarem ao uso da solução ou utilizarem a mesma de forma equivocada, são fatores que necessitam de atenção.

Ações propostas

 

1. Foco: gerenciar o conhecimento organizacional.

2. Solução-alvo: utilização de uma plataforma colaborativa como apoio à retenção, compartilhamento e reuso do conhecimento.

3. Resultados esperados: preservação da Memória organizacional.

4. Ações necessárias: entendimento do contexto organizacional existente, implantação de uma solução que atenda as necessidades apresentadas, avaliação da solução implantada.

5. Riscos: se não houver dedicação dos colaboradores da organização para utilizar a base de conhecimento, bem como adaptar-se às mudanças necessárias no processo de atendimento ao paciente, a plataforma não preservará a memória organizacional, conforme planejado.

Fonte: elaborado pelos autores (2019) baseado em Schreiber et al. (2000).